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Augusto, Amélia (2018). Biomedicalização do envelhecimento: suas consequências pessoais e sociais. Let's Talk About Ageing.
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A. M. Augusto,  "Biomedicalização do envelhecimento: suas consequências pessoais e sociais", in Let's Talk About Ageing, Porto, 2018
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TY  - CPAPER
TI  - Biomedicalização do envelhecimento: suas consequências pessoais e sociais
T2  - Let's Talk About Ageing
AU  - Augusto, Amélia
PY  - 2018
CY  - Porto
UR  - https://ageing.eventqualia.net/pt/2018/inicio/
AB  - A medicalização é um conceito que pretende dar conta da progressiva expansão da medicina na vida das pessoas, tendo-se tornado um conceito central para a sociologia da saúde e da doença. Formulado pela primeira vez por Irving  Zola (1970), que analisou  a medicalização da vida, foi expandido por Peter Conrad (2007), que o define como um processo por meio dos qual os problemas não médicos passam a ser definidos e tratados como problemas médicos, usualmente em termos de doenças e desordens . Exemplos clássicos de problemas que foram medicalizados são o alcoolismo, o parto, a obesidade, sendo que hoje são muitas mais as condições ou problemas que se tornaram medicalizados.
Clarke e colaboradoras (2010) afirmam termos entrado numa nova era de medicalização, a qual envolve mudanças dramáticas na constituição, organização e prática da medicina contemporânea. Sublinham a importância da tecnociência e o crescente foco não apenas na doença mas também na saúde, contribuindo para a construção de novas identidades individuais e colectivas.
O modelo biomédico tornou-se um dos modelos mais controversos, mas também mais poderosos, de definir, conceber e gerir o envelhecimento. Como resultado, muitas das características biológicas associadas à velhice foram usadas para construir representações científicas do envelhecimento nas sociedades modernas, as quais influenciaram as representações socias desse mesmo fenómeno. Powell (2001) usou o termo bio-medicalização do envelhecimento em profunda articulação com duas narrativas: a construção social do envelhecimento como um problema médico; práticas e políticas preconceituosas em relação à idade que derivam de pensar o envelhecimento como um problema médico.
Têm sido descritas e analisadas as consequências de reduzir a experiência social do envelhecimento às suas dimensões biológicas e medicalizantes, associadas a estádios normativos, que homogeneizam e determinam a experiência do envelhecimento. A crítica a esta perspectiva reducionista pressupõe o reconhecimento do envelhecimento como uma profunda manifestação das relações subjacentes de poder e desigualdade que atravessam e permeiam a idade, mas também a classe, a etnia e o género. Neste sentido, a vida e as capacidades mentais e físicas dos indivíduos não são apenas determinadas por factos biológicos ou psicológicos, mas também profundamente influenciadas pelas circunstâncias sociais em que vivem.
A presente comunicação pretende dar conta da actual reflexão relativa ao processo de bio-medicalização da velhice, procurando descortinar este processo social, os motores do mesmo e as consequências que uma tal forma de definir, gerir e intervir no envelhecimento tem para os indivíduos, mas também para a sociedade, nomeadamente no que respeita à produção de cuidados aos idosos e às políticas públicas que configuram tais cuidados.

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