Partindo da análise das situações de violência num conjunto escolas situadas em contextos urbanos com elevada desigualdade e conflitualidade social procurámos analisar como as políticas educacionais sobre violência escolar são reinterpretadas e implementadas ao nível da escola e se este processo contribui para uma escola mais pluralista e democrática. O objetivo desta comunicação é analisar como os atores locais reinterpretam e implementam as políticas sobre violência na escola, dentro e entre contextos educativos, e questionar como esse processo desafia uma escola mais plural e democrática em que os direitos das crianças sejam efetivamente garantidos. Adotamos nesta pesquisa como pressuposto teórico básico a ideia de que os atores com intervenção nos fenómenos de violência na escola (sejam eles escolares ou não) são atores situados, a sua ação é incerta como resultado de limitações estruturais, estruturas organizacionais e arranjos relacionais particulares. Procurou-se assim analisar: a) os bloqueios e potencialidades na articulação entre políticas, programas e medidas de prevenção e intervenção em situações de violência; b) a importância das redes de colaboração entre atores e instituições responsáveis pela implementação local de políticas diretamente relacionadas com a infância. Os resultados da pesquisa permitiram aprofundar o conhecimento sobre a relevância das redes de intervenção localmente desenvolvidas no âmbito da problemática da intervenção sobre a violência na escola, pela potencialização de recursos e alcance das intervenções. Constituíram ainda um bom ponto de partida para a compreensão das potencialidades e bloqueios na implementação de políticas locais de educação e infância/juventude, mostrando como estas frequentemente se anulam entre si, ou, em situações de cooperação interinstitucional, produzem resultados claramente para lá dos seus objetivos setoriais.

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Local networks; Socio-educational intervention; Actors' strategies