RESUMO: A célebre conferência que Abraham Flexner proferiu em 1915 perante uma audiência de assistentes sociais, não só vaticinou à época a impossibilidade do Serviço Social aceder ao estatuto de profissão, como estabeleceu uma agenda sobre as condições que deveriam estar reunidas para que se pudesse falar da profissão de Assistente Social. A sua argumentação foi mote para uma intensa produção e debate sobre a natureza do Serviço Social e em 1996 instigou uma resposta muito sistematizada por Malcolm Payne, na obra What is professional social work? O debate nunca ficou, em todo o caso, encerrado e a discussão sobre a profissionalidade do Serviço Social, a par com a discussão da sua cientificidade, continua viva e motiva contributos de dentro e de fora do serviço social, por parte de profissionais, investigadores e académicos e tem estado presente quando se trata de definir a política académica para este domínio. Torna-se, desta forma, pertinente que, cem anos volvidos sobre aquela conferência, se dê conta de até que ponto a agenda deixada por Flexner foi ou não cumprida e com que novos desafios a profissão de Assistente Social se vê confrontada nas actuais circunstâncias pautadas por políticas de austeridade e recuo das políticas públicas. É esta tarefa que a presente comunicação se propõe cumprir, como forma de reflexão e debate sobre as questões nunca-resolvidas e as questões emergentes no Serviço Social contemporâneo.

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Profissão de Assistente Social; Serviço Social; Flexner; Profissões Sociais