Comunicação em evento científico
«Agarra, que é grevista!». Um olhar sobre a repressão e o policiamento nos periódicos operários (1872-1894). Uma investigação em curso.
João Lázaro (Lázaro, João.);
Título Evento
II Congresso Internacional de História do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal.
Ano (publicação definitiva)
2015
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
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Abstract/Resumo
Durante o século XIX ocorre em Portugal uma alteração na lógica do policiamento urbano, nomeadamente com a criação do Corpo de Polícia Civil, em 1867. Por conseguinte é possível verificar uma construção do sistema policial moderno, com a polícia a incorporar no seu quotidiano, além do controlo de situações relacionadas com a desordem pública, uma atitude vigilante e punitiva, com base em normas de natureza morais e de salubridade. Nesta lógica diversos estratos da sociedade, entre os quais os chamados grupos marginais (caso das prostitutas e mendigos) e grupos tendencialmente subversivos (caso do movimento operário) estavam sob a vigilância policial. Nesta comunicação, fruto de uma investigação de doutoramento em curso sobre o movimento operário português, pretendo demonstrar a existência de um olhar do movimento operário português sobre o policiamento, as práticas policias e a repressão. Um olhar com base no discurso veiculado em importantes jornais operários, nomeadamente, no O Pensamento Social e O Protesto Operário, órgãos da Fraternidade Operária e do Partido Socialista Português, respetivamente. O Pensamento Social é retratado por um dos historiadores que mais estudou o movimento operário português, Victor de Sá, como um jornal «muito referenciado mas pouco conhecido» (Sá, 1978). Uma comunicação balizada cronologicamente por uma importante expansão e mobilização do movimento operário — da implosão do Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas à criação da Fraternidade Operária e do Partido Socialista — despontando no debate público novos dirigentes, novas ideologias, importantes práticas grevistas. Ao passo que, no plano internacional estamos perante um extenso eco e debate sobre a Comuna de Paris de 1871, com o movimento operário nacional a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Portanto, não é de admirar que o movimento operário português seja uma das frentes do novo policialmente, mesmo no interior das assembleias operárias. Uma prática policial que os dirigentes socialistas não vão menosprezar no debate público enquanto governados.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Movimento Operário,represão,socialismo,policias,policiamento.