Artigo em revista científica
'Candomblé é a África'. Esquecimento e utopia no Candomblé jeje-nagô
João Ferreira Dias (Ferreira Dias, J.);
Título Revista
Cadernos de História
Ano (publicação definitiva)
2016
Língua
Português
País
Brasil
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Abstract/Resumo
O Candomblé jeje-nagô estabeleceu-se na Bahia nos finais do século XIX e primeiros anos do século XX, durante o período final da trata de escravos oriundos da chamada Costa dos Escravos. Diante de um novo contexto cultural e regional, que era a Bahia de então, os escravos das cidades yorùbá e ewe-fon, muitos dos quais representando grupos étnicos/reinos rivais, forjaram uma nova realidade religiosa, a partir das memórias partilhadas e das similitudes culturais e, bem assim, colhendo contributos a outros grupos étnicos africanos e ao catolicismo popular. Este texto foca a problemática do esquecimento em termos: das diferenças étnicas e políticas nos episódios fundacionais do Candomblé, não obstante a diversidade das suas nações (ficcionais); da escravatura como um processo de reconfiguração identitária que conduziu a uma espécie de amnésia causada pelo traumático desenraizamento/exílio forçado; da agência masculina. De igual modo, está em análise a complexa utopia da fundação do Candomblé como uma religião de continuidade com a África e de realeza africana, numa mistura entre “passado mítico” e “lar imaginado”, narrativa que curiosamente esquece o processo crioulo de descontinuidade e “adaptação criativa”, visível nos aspetos estéticos do ritual.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Etnicidade,Candomblé,Amnésia,Identidade
Registos de financiamentos
Referência de financiamento Entidade Financiadora
UID/SOC/03126/2013 Fundação para a Ciência e a Tecnologia