TY - CPAPER TI - A democracia participada no interior das escolas T2 - II Colóquio Internacional de Ciências Sociais da Educação AU - Gonçalves, E. PY - 2015 CY - Braga AB - A discussão sobre democracia participada e as reformas designadas de neo-liberais do séc. XX, iniciaram várias mudanças nos sistemas educativos (SE), que se tornaram mais profundas no final da déc. de 80. Os processos de redistribuição das responsabilidades educativas pelos atores locais, decorrentes de novos modos de regulação da educação (Barroso, 2005), reconfiguraram a relação escola-família ao transformar papéis de professores e pais (Silva, 2003). Os estudos sobre a participação das famílias na gestão das escolas assumem particular importância. Alguns estudos revelam que a ação dos representantes de pais e encarregados de educação (RPEE) é limitada (Sá, 2000), devido à fraca adesão das famílias às associações de pais (AP), falta de investimento na construção de parcerias efetivas (Epstein, 2009; Sarmento, 2005) e falta de consenso sobre os papéis a desempenhar (Sanches e Almeida, 2001; Diogo, 1998). O objetivo é explicar práticas que revelem como escolas e famílias assumem as novas responsabilidades: Qual a estratégia da escola? Onde difere/aproxima das orientações do SE? Qual a relação da escola com a AP? Como são aceites/interagem os RPEE com os elementos do conselho geral? Optou-se por um estudo de casos múltiplos (Bryman, 2005) selecionando seis escolas com contextos organizacionais e socioeconómicos diferenciados. Em cada uma aplicaram-se entrevistas semi-dirigidas a diretores e presidentes AP, recolheram-se documentos e realizaram-se observações não participantes nos CG, produtos aos quais se aplicou a análise de conteúdo. Algumas categorias identificadas foram transformadas em variáveis utilizadas em análises de correspondências múltiplas. Os resultados apontam para AP e RPEE associados a perfis próximos de uma postura de “stakeholders” (Sliwka e Instance, 2006) em escolas com alunos de classes mais favorecidas, enquanto nas escolas de classes sociais mais desfavorecidas, as suas famílias tendem a atuar de forma mais “domesticada” (Sá, 2000). ER -