Comunicação em evento científico
Ser (um) expatriado, numa empresa: Uma obrigação, uma oportunidade de distinção, um parênteses.
João Vasco Coelho (Coelho, J. V.);
Título Evento
Viver em/a Mobilidade
Ano (publicação definitiva)
2018
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
A prestação de trabalho em contexto internacional constitui hoje um elemento-charneira na configuração de processos de transnacionalismo empresarial, uma prática de contributo crescente para os fluxos migratórios contemporâneos. Nas empresas, o discurso oficial articula-se no sentido de apresentar este regime de prestação de trabalho como lugar de estímulo e de diferenciação. Importa “ganhar mundo”, "sair da zona de conforto". “Ir para fora” é apresentado como condição de prosperidade, “uma oportunidade”, uma escolha desejável, tendente à otimização dos recursos detidos. A presente comunicação toma a análise de práticas de mobilidade internacional de trabalhadores em cinco empresas com génese ou presença nacional, como horizonte de problematização. É considerado o suporte empírico de 37 entrevistas realizadas a dirigentes de empresa, e a trabalhadores cuja trajetória foi pontuada pela prestação de trabalho num regime específico de mobilidade internacional, a expatriação. Na análise dos testemunhos recolhidos, regista-se a existência de interesses potencialmente disjuntivos, em relação à prestação de trabalho no regime indicado. Enquanto experiência vivida, ser (um) expatriado não significa homogeneidade e conformidade. Há outros sentidos angulares que são promovidos: o cálculo, a estratégia, o distanciamento. Ser (um) expatriado corresponde, nestes termos, a uma situação de trabalho que suscita diferenciação. Pode corresponder, em termos vividos, a uma obrigação, a uma oportunidade de distinção, ou a um período de suspensão, a um parênteses. Em contextos empresariais específicos, esta diferenciação pode constituir um foco de tensão, que decorre de desencontros, por vezes imprevistos, por vezes ruidosos, por vezes inaudíveis, entre as necessidades organizacionais e as expectativas e motivações individuais. A diferenciação observada decorre, em particular, da forma como os indivíduos abordam a polaridade (e.g., estar perto, estar longe; estar dentro, estando fora; manter o laço, estando longe; o familiar, o próximo, o estranho, o desconhecido), a difluência e a descontinuidade contextual que uma expatriação tende a implicar.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Internacionalização de Empresas,Expatriação,Experiência,Diferenciação
  • Economia e Gestão - Ciências Sociais
  • Sociologia - Ciências Sociais
Registos de financiamentos
Referência de financiamento Entidade Financiadora
SFRH/BD/104255/2014 FCT