Dizer que a infeção por VIH não é uma doença como outra qualquer é uma trivialidade, mas nem por isso deixa de ser significante. Como nenhuma outra doença,esta interpela a intimidade, as práticas sexuais, as emoções, os preconceitos, a tolerância e a organização política da saúde, onde se jogam questões como a universalidade e a igualdade de acesso aos cuidados de saúde e aos tratamentos, bem como escolhas e prioridades na alocação de recursos financeiros necessários à vida das pessoas que vivem com VIH (PVVIH). Sendo manifestos os progressos registados nos últimos 25 anos, estando mais próximo, sobretudo nos países com sistemas públicos de saúde robustos, o horizonte de "zero novas infeções", “zero mortes” e "zero casos de discriminação" proposto pela ONUSIDA, a infeção por VIH continua a constituir um objeto sociológico e antropológico da maior importância. Feito de contributos de autores das ciências sociais e da saúde, este livro procura contribuir para o debate público em torno da infeção VIH e sida, particularmente no que se relaciona com a gestão quotidiana da doença por parte das PVVIH e com os cuidados prestados pelas instituições de saúde e seus profissionais. Dada a diversidade de filiações científicas dos autores e de questões e terrenos por eles trabalhados, esta obra coletiva confronta o leitor com perspetivas variadas sobre esta infeção, ligadas por uma inquietação comum: conhecer os problemas, compreender os quotidianos e as experiências da doença e propor caminhos e soluções políticas e médicas que possam contribuir para a minimização do sofrimento e a construção de vidas mais felizes.

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• Antropologia - Ciências Sociais