Comunicação em evento científico
Dos públicos aos modos de relação com festivais de cinema documental
Jorge Alexandre Santos (Santos, J.); Maria João Lima (Lima, M. J.); Carolina Luz (Luz, C.); João Pedro Monteiro (Monteiro, J. P.);
Título Evento
XII Congresso Português de Sociologia | Sociedades Polarizadas? Desafios para a Sociologia
Ano (publicação definitiva)
2023
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
A noção de festivalização da cultura (Bennett, Taylor & Woodward, 2014) salienta a diversidade de festivais um pouco por todo o lado e nas mais diversas áreas. A proliferação das ofertas, no formato de festival, constituem-se como importantes formas de participação social e cultural, como rituais e como espetáculos, como expressão de identidades, em resposta aos processos de mobilidade e à globalização cultural que se vem generalizando também em Portugal (Guerra, 2016). Esta oferta densa, alargada e diversificada quanto ao número e tipo de eventos, num período alargado, mas delimitado de tempo, tende a mobilizar públicos numerosos e diversificados socialmente. No plano internacional os públicos de festivais constituem uma linha de pesquisa já com algum relevo (Barbier-Bouvet, 1987; Pelet & Menet, 2000; Ethis, 2003; Taillibert, 2015; Vivar, 2016; Báez-Montenegro & Devesa Fernández, 2017; Monson et al., 2020). Contudo, em Portugal, são escassos os que se centram em festivais de cinema, e menos ainda nos de cinema documental. Nesta comunicação procuramos contribuir para o conhecimento sociológico dos públicos destes festivais. Para a problematização sobre o que se vem entendendo por públicos neste tipo de eventos (aqueles/as que assistem presencialmente às atividades de cinema do festival e cuja motivação é essencialmente de fruição cinematográfica) (Leão, 2012; 2017) incluímos as noções, “supostamente homogéneas”, de cinefilia e de cinéfilo (Silva, 2019; Lourenço, 2022), mas que não permitem dar conta da multiplicidade de formas de participar, aceder, frequentar e fruir estes eventos, objetivo que se inscreve na definição do conceito de modos de relação (Costa, 2004; Silva, 2019) que mobilizamos nesta abordagem. A comunicação tem por base empírica o estudo promovido pela APORDOC que teve como objeto os públicos presenciais e os participantes profissionais, em especial estrangeiros, que para tal estabeleceu com o CIES-Iscte uma parceria no âmbito do OPAC que cobre três edições do festival Doclisboa (2021, 2022 e 2022). Os dados de base reportam-se à edição de 2022. A metodologia é quantitativa, de inquérito por questionário, aplicado nos idiomas português e inglês. A recolha decorreu, junto dos públicos presenciais, durante o período de realização do evento (6 a 16 de outubro) e, no dos participantes, já depois de finalizado o evento (em novembro e dezembro de 2022). Nesta comunicação apresentamos os resultados do estudo adotando uma análise multivariada dos públicos e dos participantes que inclui as motivações, as relações com o festival Doclisboa, com os festivais de cinema e com o cinema (espaços e suportes), em articulação com os seus perfis sociais e profissionais.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Festivalização,Festivais de cinema documental,Modos de relação,Doclisboa