Ciência-IUL
Comunicações
Descrição Detalhada da Comunicação
Entre estroinas e vadios: a vida boémia em Lisboa, 1890-1910
Título Evento
III Congresso Anual de História Contemporânea
Ano (publicação definitiva)
2014
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
Abstract/Resumo
Em finais da primeira metade do século XIX, um fenómeno social e cultural tem origem em Paris, fruto de uma tendência que progressivamente insiste na individualização, do crescimento da cidade e da industrialização: a boémia, que traduz um estilo de vida particular e identificável, marcado por três eixos – arte, juventude e marginalidade.
Apesar de ser tradicionalmente vista como uma cidade periférica, Lisboa rapidamente se apropria deste conceito, que é adaptado e transformado face ao contexto local. A língua portuguesa mantem alguns dos significados do termo francês. A boémia é a outra face de um mundo burguês, mas contem em si também uma duplicidade: por um lado, o termo reporta-se a uma «vida airada», característica de artistas e de quem procura gozar os prazeres da vida; por outro, remete para um mundo de marginais, vadios e prostitutas. A sua tolerância ou reprovação social irá depender do estatuto dos seus actores: uma vida dita boémia é melhor tolerada no seio da cultura dominante. A boémia, sem excesso, pode ser bem acolhida numa sociedade elegante, mas é por esta mesma sociedade condenada quando adoptada pelas classes populares.
Esta comunicação levanta questões em torno do processo de construção da boémia em Portugal, centrando-se em Lisboa, particularmente no período de 1890-1910, considerando os seus actores, as práticas que a caracterizam, as suas representações e a consciência e participação num imaginário boémio urbano e internacional, relacionando-os com a circulação e influência cultural de modelos internacionais.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
boémia; circulação de ideias; representações; Lisboa