Este simpósio busca reunir estudiosos que analisam, juntos ou individualmente, um dos três vértices fundamentais das economias agrárias americanas nos séculos XVIII e XIX. O interesse nesse período justifica-se pelas mudanças nos regimes de posse e trabalho operados nas décadas finais da colonização e durante a construção dos Estados Nacionais, bem como a persistente desigualdade social herdada do Antigo Regime americano, e perpetuada nos Estados independentes. Terra e trabalho são pares indissociáveis na História Agrária. As formas de apropriação dos solos e uso dos recursos naturais estão intimamente ligadas às modalidades de emprego e exploração do trabalho. As diferentes possibilidades oferecidas por fatores como o meio ambiente, as ligações com os mercados, as condições de transporte e comunicação, a demografia, o perfil familiar, bem como as diversas formas de organização da produção econômica que emergiram no tempo e espaço americanos conjugaram terra e trabalho de maneira muito variada. Porém, o relacionamento com a terra, a apropriação de recursos e o controle da mão de obra configuravam e eram configurados por relações de poder e instituições que definiam costumes e diretos de usos, interdições e franqueamentos, a autonomia ou a dependência dos produtores. Logo, a produção econômica encontrava-se embebida de significados culturais e políticos que extrapolavam as pressões de oferta e demanda. Nesse contexto, sabe-se há algum tempo que as hierarquias sociais, nutridas das desigualdades jurídicas e de status alimentavam-se da distribuição desigual da riqueza e a reiteravam no tempo. Assim, a reprodução das hierarquias sociais são um dos fatores envolvidos no funcionamento das economias pré-capitalistas na América. Este simpósio está aberto a investigações, concluídas ou em andamento, que priorizam fontes documentais, e que permitem estabelecer uma agenda comum de pesquisa.

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Desigualdades sociais,Terra,Trabalho,Riqueza,Apropriação Económica da Natureza,Brasil (séc. XIX_XXI)