Antonio Maria Pusceddu é investigador (FCT CEEC 2018) no Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), Iscte - Instituto Universitário de Lisboa. Antes de mudar-se para Portugal, trabalhou na Itália e na Espanha. Tem conduzido extensas pesquisas de terreno na Itália, Grécia, Albânia e, mais recentemente, em Portugal. Tem trabalhado sobre questões de poder e diferenciação social em vários contextos rurais e urbanos, através das lentes da fronteira, etnicidade, trabalho, crise, meio ambiente e reprodução social. Atualmente, está desenvolvendo novas pesquisas sobre ecologias de valor no sul da Europa.
Antonio recebeu uma laurea (M.A) em Filosofia da Universidade de Cagliari, com uma dissertação que examinou criticamente a antropologia de Fredrik Barth (Un’approccio generativo allo studio della cultura: L’antropologia di Fredrik Barth, 2004).
Em 2010 obteve o doutorado em Antropologia pela Universidade de Siena, defendendo uma tese sobre uma região da fronteira grega (Luoghi al confine: Un’etnografia del Pindo settentrionale).
No mesmo ano, recebeu uma bolsa de pós-doutorado para desenvolver um projeto comparativo sobre fronteiras, mobilidades e religiões no Mediterrâneo (Mobilità, confini, religioni: Studio comparato di due contesti transnazionali in area Mediterranea - Marocco-Italia / Albania-Grecia). O projeto foi financiado pela Região Autônoma da Sardenha e desenvolvido na Universidade de Cagliari (com F. Bachis).
Entre 2009 e 2013, foi envolvido em dois projectos sobre a memória social da desindustrialização nas regiões de mineração da Sardenha. Com base nessa experiência de pesquisa, começou a desenvolver um interesse mais focado na história e na transformação das regiões industriais da Italia do Sul.
Desde 2014 até 2019 trabalhou no projeto ERC Grassroots economics [GRECO]: Meaning, project and practice in the pursuit of livelihood (PI Susana Narotzky) na Universidade de Barcelona. Ainda faz parte do Grup d'Estudis sobre Reciprocitat - GER, baseado no Departamento de Antropologia Social. No âmbito do GRECO, realizou um extenso trabalho de campo em Brindisi, uma cidade industrial no sul da Itália, onde investigou as ligações entre as práticas de ganhar a vida, estratégias de reprodução social e as estruturas morais e conceituais que fundamentam os mundos sociais e materiais dos trabalhadores em um contexto de crise.
Em 2019 junto-se ao CRIA, inicialmente como bolseiro de pós-doutoramento, até obter um contrato CEEC como investigador auxiliar (2020) para desenvolver o projeto: Political ecologies of social reproduction: A comparative study of livelihoods, grassroots ecologies and socio-environmental conflicts in Southern Europe. Este novo projecto de investigação irá integrar a investigação em curso sobre políticas de recursos e projectos de mineração de lítio em Portugal, iniciada no quadro do projecto de investigação Governação, transformações políticas e negociação de quotidianos: Portugal 2008-2018 (P.I. Antónia Lima).
Antonio faz parte do coletivo editorial da revista Anuac – Rivista della Società Italiana di Antropologia Culturale, e correspondente de Il de Martino: Storie Voci Suoni, revista do Istituto Ernesto de Martino.
Foi membro do Code of Conduct Working Group da European Association of Social Anthropologists.
Entre 2020 e 2022, foi member-at-large da Society for the Anthropology of Europe (SAE) (2020-22), uma seção da American Anthropological Association (AAA).
É também membro da comissão científica do CRIA-IUL.