O aparecimento das Bienais de Arte, recente em Portugal, é expressivo de um novo modo de espacialização do campo artístico nacional pelo qual se vieram a constituir, progressivamente, pequenos centros regionais vocacionados para a exposição e consagração da arte moderna. Neste artigo apresentam-se os resultados de uma pesquisa realizada sobre quatro das edições da Bienal Internacional de Arte Moderna de Vila Nova de Cerveira, pioneira neste processo. Trata-se, por um lado, da análise da conversão de um movimento cultural numa das instituições crescentemente importante no cenário artístico e, por outro, da composição dos seus participantes - organizadores, júris e artistas. Um trabalho deste tipo levanta específicos problemas metodológicos, centrais na abordagem empírica da sociologia da arte, nomeadamente no que respeita à recolha e tratamento da informação sociográfica dos artistas e do recenseamento da produção estética. Esse é igualmente um dos pontos de reflexão do trabalho.

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Sociologia da arte; Campo artístico; Actores sociais; Bienal de Cerveira