Comunicação em evento científico
O lugar das línguas imigrantes não-europeias enquanto objecto na sociologia das migrações internacionais.
Ana Raquel Matias (Matias, A.R.);
Título Evento
1ªMesa-redonda interdisciplinar: A diversidade dos espaços linguísticos em Portugal e nos seus contextos migratórios
Ano (publicação definitiva)
2014
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
Uma das recentes áreas de estudo em migrações internacionais na Europa tem sido o crescente peso demográfico de populações de línguas ditas imigrantes não-europeias. Sendo uma realidade do final da Segunda Guerra Mundial e da diversidade de fenómenos migratórios de massa desde aí emergentes -- com consequências demográficas na composição da população na Europa Ocidental -- a visibilidade da sua diversidade linguística emerge essencialmente nos finais dos anos 1990. No entanto, não raras vezes esta visibilidade tem sido remetida para uma questão cultural vazia de implicações políticas determinantes que lhe confere uma importante invisibilidade-- porque tomada enquanto fenómeno provisório face a uma assimilação linguística esperada. É objectivo desta apresentação tentar desconstruir a relação de contrários intrínseca nesta (in)visibilidade: por um lado, a necessidade de aquisição da língua dominante do país de residência; por outro lado, o questionamento sobre a importância da transmissão e aquisição dos reportórios linguísticos ditos de origem imigrante na aquisição de novos reportórios. Mais, esta polarização tende a ser dominante na forma como as medidas de política linguística e de integração são concebidas, aplicadas e avaliadas, revelando alguma ausência de consonância entre os projectos políticos existentes e os processos e tempos de aprendizagem e de aquisição de línguas. É meu objectivo discutir a necessidade de aprofundar o impacto sociológico de tal polarização, partindo de três pontos de análise. Primeiro, analisando como a imagem oficial da maioria dos países da Europa Ocidental revela uma representação da sociedade que desencoraja um conhecimento mais aprofundado da diversidade sociolinguística existente (Exta and Gorter, 2001; Gogolin, 2002). Segundo, discutindo a forma como os Estados liberais têm progressivamente reconhecido um crescente pluralismo cultural concedendo, no entanto, menor espaço à diversidade linguística (Joppkes and Morawska, 2002). Finalmente, realçando a necessidade de cruzamentos interdisciplinares para aprofundar o estudo das consequências linguísticas dos fenómenos migratórios, particularmente na sociologia.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Políticas Linguísticas; aAssimilação; Atitudes Linguísticas; “Minorização”.