Comunicação em evento científico
Histórias de vida de militantes associativos: desafios da história oral no estudo das práticas associativas em contexto local
Nuno Nunes (Nunes, N.); Natália Azevedo (Azevedo, Natália);
Título Evento
I Encontro HOPER – História Oral Portuguesa em Rede
Ano (publicação definitiva)
2013
Língua
Português
País
Portugal
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(Última verificação: 2024-05-01 15:40)

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Abstract/Resumo
Visando o enriquecimento científico da problemática da ação coletiva nas sociedades contemporâneas, apresentam-se alguns dos principais aspetos teórico-metodológicos que presidem à edificação dum programa holístico para o estudo da ação coletiva centrado numa ótica das desigualdades sociais. Em que medida a ação coletiva na sociedade portuguesa (a partir da década de 1960 e até à atualidade) foi sendo igualmente construída a partir de condições objetivas e subjetivas de desigualdade social? Tomando as práticas associativas em contexto local como objeto de estudo e mobilizando os atuais e principais instrumentos da sociologia das classes sociais, analisa-se um território da Grande Área Metropolitana de Lisboa, o concelho do Seixal, com incisiva industrialização num passado recente. Numa perspetiva sociológico-histórica, procuram-se compreender as práticas culturais e associativas das classes sociais em contexto local, e respetiva relevância das suas condições de vida, referentes simbólicos-ideológicos, trajetórias sociais e “habitus” de diferentes gerações de militantes associativos. Tais práticas inscrevem-se nas características e dinâmicas de específicos atores coletivos e que são participantes decisivos nos múltiplos campos associativos (mais tradicionais ou mais recentes) que é possível encontrar nos tecidos sociais locais da sociedade portuguesa. A história oral constitui um importante desafio metodológico para a análise de classes, enquanto fonte científica de «histórias de vida» individuais e coletivas, que percorre(ra)m as transformações económicas, políticas, culturais e sociais ocorridas na sociedade portuguesa. Nessas «histórias orais», desvelam-se como as práticas associativas de atores individuais e coletivos atravessa(ra)m o período da ditadura e o seu fomento industrializador a partir da década de 1960, as consequências estruturantes da Revolução de 1974 e inerente desenvolvimento institucional dum Estado de direito democrático, bem como os impactos sociais duma emergente sociedade do conhecimento. Uma «história oral» que, centrada nas vivências associativas dos seus protagonistas, procura alargar o espectro metodológico atual do estudo da ação coletiva e dos movimentos sociais, desde a unidade de análise dos indivíduos até propostas metodológicas que interpenetrem os contextos sociais e os processos históricos. Seguindo a orientação de uma análise de classes, realizar-se-ão «histórias de vida», com vista a traçar percursos biográficos e trajetórias associativas inscritas nos protagonismos (individuais e coletivos) do maior número possível de subcampos da ação coletiva. São lançados os alicerces para o trabalho etnográfico e a realização de entrevistas em profundidade, com vista à reconstituição de uma “história oral” centrada na criação, crescimento (ou desaparecimento) dos atores coletivos locais e nas vivências associativas por parte de homens e mulheres ligados à história desses atores coletivos, também eles construtores ativos da modernidade da sociedade portuguesa dos séculos XX e XXI.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
História Oral,Histórias de Vida,Práticas Associativas,Contextos Locais