O envelhecimento da população tem sido alvo de múltiplos debates, transversais a diferentes domínios científicos, e tem constituído uma preocupação crescente a nível politico, sócio-económico, de saúde, de educação e de cidadania. No conjunto de análises e estudos relativos ao fenómeno do envelhecimento que têm destacado as oportunidades e os desafios colocados às estruturas sociais, constata-se que as abordagens assumem perfis diferenciados, essencialmente orientados para a sua esfera de intervenção, e reflectindo a multidimensionalidade dos impactos. A educac?a?o-formac?a?o constitui precisamente uma dessas dimenso?es, cuja análise se afigura elementar para o processo de conscientizac?a?o social do feno?meno, crucial para uma resposta ajustada aos princi?pios orientadores de (boas) pra?ticas, subjacentes ao conceito de envelhecimento ativo. O espac?o da Universidade, no sentido alargado, concentra um conjunto de atividades geradoras de dina?micas positivas no territo?rio envolvente, nomeadamente a possibilidade de mobilização comunitária dos cidadãos mais velhos em actividades orientadas para a educação. E? a partir deste pressuposto da responsabilidade social universita?ria, e dos impactos organizacionais, educativos, cognitivos e sociais resultantes, que se pretende apresentar alguns dos resultados de uma análise extensiva no a?mbito de um estudo de doutoramento em sociologia (CIES/ISCTE-IUL). O estudo baseia-se numa abordagem do envelhecimento ativo que destaca o papel da Universidade na orientac?a?o de pra?ticas de inclusa?o dos indivi?duos em ciclos de vida mais avanc?ados. Parte do pressuposto que as estruturas sociais detêm condições para estimular a aprendizagem ao longo da vida, dependendo da alocação de um conjunto de condições (de enquadramento financeiro, de ajustamento de necessidades locais, etc) favoráveis à sua ocorrência. No fundo, pressupo?e uma ana?lise das prefere?ncias e orientac?o?es de alunos com mais de 50 anos por experie?ncias de educac?a?o (formal e na?o-formal), como forma de vivenciar ativamente o envelhecimento. Nesta comunicac?a?o apresentam-se dados decorrentes da aplicac?a?o de um inque?rito por questiona?rio aos alunos com mais de 50 anos de idade, inscritos nos vários ciclos de estudos (formais) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (ano letivo 2013-2014). O inquérito por questionário aplicado on-line ao universo de alunos em referência, constitui um dos instrumentos que configura a metodologia mista (intensiva e extensiva) que sustenta o projeto de doutoramento. Nesta abordagem, procuramos analisar as experie?ncias de envelhecimento ativo na relac?a?o destas pessoas com o desenvolvimento de compete?ncias de literacia, de modo a compreender diferentes protagonismos subjacentes a essa retoma aos contextos de educac?a?o-formac?a?o em ciclos de vida mais avanc?ados. Estes incluem nomeadamente experiências de (re)descoberta de si; de possibilidade de concretização de projetos de vida significativos ou também de alternativa a situac?o?es de rutura em ciclos de vida mais avanc?ados (decorrentes de situações de desemprego de longa durac?a?o, reforma, perda do co?njuge, etc.).

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Envelhecimento ativo; responsabilidade social universitária; Educação-formação