Nas últimas décadas as sociedades ocidentais têm vindo a assistir a um crescimento desmesurado do número de indivíduos que moram sozinhos num alojamento. Tais dinamismos têm particular relevo e visibilidade nos grandes centros urbanos, envolvendo seja a intensificação de experiências de dependência e marginalidade social e material, seja também a proliferação de mudanças profundas nos padrões de conduta, orientações e valores que circunscrevem as práticas sociais de homens e mulheres nas relações sociais quotidianas, organizadas no interface entre preferências individuais e oportunidades e constrangimentos estruturais. A presente comunicação procura evidenciar na multiplicidade de experiências aqui presentes, os protagonismos de novos estilos de vida de actores sociais que enquadram a sua vivência do viver só num conjunto de orientações e de escolhas que adoptaram reflexivamente, não apenas para satisfazer necessidades materiais, mas igualmente para dar forma e consistência ao projecto reflexivo de construção do self.

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Viver só; Individualização; Retratos sociológicos