Este artigo problematiza o alcance da teoria da Domesticação nos nossos dias, no contexto dos usos individuais das tecnologias da comunicação. Às pesquisas empíricas desenvolvidas em espaços domésticos têm-se sucedido investigações sobre as tecnologias móveis que acentuam a perspectiva de que a dimensão espacial não será, em si mesma, determinante para se produzir a sensação de lar. Dentro ou fora de casa, é a relação personalizada com os meios de comunicação que promove um sentimento de segurança e de protecção em relação ao Outro. Lar é, mais do que nunca, um conceito que nos remete para a noção de refúgio. Num tempo de ligações ininterruptas, as tecnologias que as promovem são também utilizadas como uma forma de retraimento social legítimo; essa é uma das vertentes da domesticação que importa hoje analisar.

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Domesticação; Tecnologias da comunicação; Lar; Protecção