Publicação em atas de evento científico
Diagnóstico de riscos psicossociais e intervenção numa indústria transformadora portuguesa
Emília Luís (Luís, E.); Sara Ramos (Ramos, S.);
CICOT2015 – 3rd International Congress on Working Conditions
Ano (publicação definitiva)
2015
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
O presente trabalha singulariza-se por se tratar de um projeto de intervenção desenhado especificamente para uma empresa portuguesa na área industrial. Este projeto consistiu num processo de diagnóstico de necessidades, com vista ao desenvolvimento de ações interventivas no âmbito da prevenção dos riscos psicossociais. Os riscos psicossociais, frequentemente considerados como riscos emergentes, são o segundo problema de saúde relacionado com o trabalho mais frequentemente reportado na Europa (EU-OSHA, 2005). No entanto, a falta de sensibilização e de recursos da maioria das empresas compromete a implementação de estratégias quer de avaliação quer de gestão do risco. Através da Análise Ergonómica da Atividade de Trabalho (Guérin et al, 2006) um conjunto de metodologias qualitativas foram implementadas junto dos trabalhadores. Relativamente às técnicas de recolha de dados adoptadas, foi administrado um inquérito sobre saúde e trabalho-Questionário INSAT (Duarte, Cunha & Lacomblez, 2007) ao universo dos trabalhadores (N=52), observação sistemática a 75% do universo; 4 Focus Group com 18 participantes no total (envolvendo trabalhadores e chefias); bem como análise documental de vários registos internos da empresa (Avaliação de Riscos; Perfis de Funções; Manuais QASQualidade Ambiente e Segurança; Mapas de pessoal; Desenho do Processo Produtivo). Os dados foram analisados numa matriz integrada, desenvolvida com base no modelo de Leka, Griffiths e Cox (2003), onde se privilegiou a articulação dos dados provenientes das quatro técnicas de recolha acima referidas. Como resultado desta análise, foram identificados problemas sobretudo a nível do horário de trabalho (nomeadamente a rotatividade por turnos); do controlo sobre a atividade, particularmente no que concerne à pouca participação e falta de controlo na tomada de decisão por parte dos trabalhadores; da cultura organizacional, especialmente quanto à comunicação com os superiores hierárquicos e suporte percepcionado pelos trabalhadores, os quais revelam necessidades evidentes de melhoria; das relações interpessoais, no que concerne a dificuldades de relacionamento interpessoal e situações de conflito manifesto, assim como, a fraca qualidade de liderança que resulta no baixo suporte social; e, por fim, incertezas acerca do papel na organização, nomeadamente a falta de clarificação de funções. Face aos resultados, foi proposto um plano de intervenção constituído por quatro fases, iniciando com uma fase de sensibilização, seguida de uma fase de capacitação onde se pretendia já munir os trabalhadores e chefias de ferramentas para de seguida se passar a uma transformação dos postos de trabalho, culminando em mudanças ao nível das práticas de Gestão de Recursos Humanos. As propostas desenvolvidas apresentadas à administração da empresa e uma parte destas encontra-se em curso. Na comunicação oral serão apresentados mais detalhadamente os resultados do diagnóstico e o plano de intervenção proposto.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Riscos psicossociais,Condições de trabalho,Análise ergonómica da atividade de trabalho,Intervenção organizacional,Indústria transformadora
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UID/GES/00315/2013 Fundação para a Ciência e a Tecnologia