Comunicação em evento científico
O ideal republicano no movimento operário português (1850-1860).
João Lázaro (Lázaro, João.);
Título Evento
II Congresso I República e Republicanismo
Ano (publicação definitiva)
2014
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
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Abstract/Resumo
Esta comunicação — fruto, por um lado da dissertação de Mestrado: O Despontar do Movimento Operário na Esfera Pública (1850-1860), por outro do livro O Despontar do Movimento Operário na Esfera Pública. Das Práticas ao Debate Parlamentar (1850-1860) — pretende abordar o movimento operário português numa década pouco explorada pela historiografia: a 50 de oitocentos. Um período conhecido pela consolidação do projeto liberal, responsável por várias, e importantes, transformações no campo político, económico e material. É nesta fase que surge o despontar do movimento operário português, encabeçado por uma geração de intelectuais socialistas preocupados com a questão social. Ilustres intelectuais desse período, como Sousa Brandão, Lopes de Mendonça, Henriques Nogueira e o operário tipográfico Vieira da Silva Júnior, são os protagonistas de um movimento que estava munido com ideias politicas e sociais, e que tentava acompanhar e reproduzir os movimentos operários que estavam já consolidados pela Europa, nomeadamente o inglês e as experiências republicanas francesas. Esta comunicação pretende dar a conhecer o pensamento e as ideias associadas ao republicanismo que este movimento operário tentava engajar no mundo operário através da esfera pública. De facto, o importante jornal operário Eco dos Operários (1850-1851) veicula para o espaço público um ideal socialista, associativista, mas também democrático e republicano. Neste periódico era esclarecido às camadas operarias que havia «dois sistemas, os mais opostos, revelam entre si uma certa analogia: o poder de um com o poder de todos. O rei e a república» . O municipalismo que é divulgado por esta geração está recheado de referencias ao ideal republicano, onde se pretendia delimitar o poder estatal como da própria Igreja. Contudo, neste recorte cronológico sucedem importantes, e interessantes, ruturas e continuidades no discurso divulgado por esta geração de intelectuais socialistas. Um facto pouco abordado pela historiografia que se tem dedicado ao estudo do movimento operário nacional. Com a consolidação do projeto regenerador (1851) e a edificação do Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas (1852) este movimento operário que até então tinha sido o principal arauto do republicanismo no mundo operário deixa de o ser. Esta comunicação também pretende explicar o fim deste discurso em espaço público mais inflamado que encerrava ideias socialistas, democráticas e republicanas.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Movimento Operário,Republicanismo,socialismo,associativismo.