Comunicação em evento científico
A emergência do republicanismo numa localidade fabril - Póvoa de Santa Iria um caso de estudo.
João Lázaro (Lázaro, João.);
Título Evento
I Congresso I República e Republicanismo.
Ano (publicação definitiva)
2013
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
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Abstract/Resumo
A comunicação a apresentar é fruto de uma investigação que foi publicada em livro no final de 2012, através de uma associação sem fins lucrativos: Associação Dom Martinho. Pretende-se demostrar como ocorreu a expansão da dinâmica republicana numa localidade da região de Lisboa, que tinha um forte panorama industrial1 e desde 1856 um apeadeiro de comboio, bem como algumas heranças deixadas pela acção do republicanismo. Foi uma investigação feita em periódicos da esfera republicana, e que permitiu concluir e deslindar os primeiros contactos entre os dirigentes republicanos e a localidade, bem como a escalada do republicanismo, e a sua base de apoio, no interior mesma. É interessante perceber que na primeira década de 1900 o Republicanismo começa numa casa particular — caso da reunião com António José de Almeida, em 1906 — e vai-se alargando até ao espaço público. É o caso dos dois comícios no Grémio Dramático Povoense. O 1º em Março de 1908 onde marcou presença Afonso Costa, tendo sido lida, e aprovada, uma moção a favor da implantação da República. O 2º em Agosto de 1910, tendo como orador Bernardino Machado. Já durante a República, França Borges afirma que a Póvoa de Santa Iria foi «uma terra onde a República teve desde longe as mais sinceras adesões. No tempo da propaganda foi a Póvoa uma das terras que mais carinhosamente acolheu os propagandistas da ideia que havia de abrir para o país novos horizontes»2. Todavia, uma singularidade desta comunicação é demonstrar como o republicanismo foi, através do seu discurso, um importante actor histórico na criação da freguesia da Póvoa de Santa Iria e, em certa medida, de uma certa identidade. Convém salientar que neste período a Póvoa era apenas um bairro de Santa Iria da Azoia, ou seja, fazia parte desta freguesia e do concelho de Loures. Assim, o republicanismo promoveu uma ruptura na freguesia de Santa Iria da Azoia, com a criação da freguesia da Póvoa de Santa Iria, manifestando no seu discurso um progressivo desligamento em relação à freguesia de Santa Iria da Azoia e, por conseguinte, ao concelho de Loures, ficando cada vez mais, por seu turno, estabelecido um contacto íntimo com o concelho de Vila Franca de Xira, que seria administrativamente reconhecido em Novembro de 1926. França Borges foi o responsável por elaborar e apresentar, no dia 27 de Abril de 1914, o projecto-lei que objectivava constituição da Póvoa de Santa Iria como freguesia. O projecto seria aprovado em Abril de 1916 pelo Presidente da República, Bernardino Machado. Curiosamente, são estes dois republicanos que anos antes tinham marcado presença na Póvoa em comícios, os responsáveis pela institucionalização da freguesia da Póvoa de Santa Iria.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Republicanismo,história local,associativismo.