Comunicação em evento científico
Mobilidades Transnacionais de Travestis Latino Americanas e sua Integração no Mercado do Sexo Europeu
Nélson Ramalho (Ramalho, Nélson);
Título Evento
TRANS*FORMATIONS: Lives and Politics beyond the Gender Binary
Ano (publicação definitiva)
2016
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
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Abstract/Resumo
A migração de travestis para a Europa data da década 1970 (Vartabedian, 2014). Não sendo um fenómeno recente, continua a ser negligenciado dos debates feministas e investigações sociais que analisam as relações entre prostituição, migração e tráfico sexual. Hoje em dia, esta população constitui-se como um grupo significativo, e cada vez mais numeroso, dentro da indústria internacional do sexo (TAMPEP, 2009). Grande parte delas, oriunda de países latino-americanos, encontra-se marcada pelo desejo de escapar à pobreza, à discriminação, à violência, e principalmente, de viver legitimamente uma “vida mais habitável” (Pelúcio, 2011:106), manifestada na possibilidade em expressar a sua identidade e/ou sexualidade. Deste modo, perseguem o “sonho” de vir para a Europa, dado que ela é, no seu imaginário, não só um lugar de riqueza, prosperidade e com muitas oportunidades, mas também de liberdade e tolerância para com as minorias LGBT. Muitas partem dos seus países repletas de expectativas, mas conscientes que o modo de ganhar dinheiro não é diferente daquele que é habitual no seu país. O deslocamento para a Europa é, quase sempre, efectuado por meio de práticas “assistidas”. Na linguagem travesti, as figuras que as auxiliam (em troca do compromisso do pagamento de uma dívida, de valores avultados) são denominadas por «cafetinas». Ainda que os discursos oficiais não abordem o fenómeno do tráfico de travestis, existem situações de «cafetinagem» que envolvem engano, coação, fraude ou violência durante a trajetória migratória, pelo que, estas mobilidades acabam por apresentar contornos muito próximos ao crime de Tráfico de Seres Humanos.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Travestis, Migração, Europa, Mercado do Sexo