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Prisão como esponja social
Journal Title
A Ideia
Year (definitive publication)
2016
Language
Portuguese
Country
Portugal
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Abstract
Tal como os médicos tradicionais arranjam umas esponjas que retiram dos doentes os males de que padecem, inflando as primeiras para transportar para longe os segundos, assim as prisões criam o mundo do crime para salvar as sociedades dos seus males. E a coisa parece funcionar. Pelo menos no campo da magia.
É preciso todo um sistema criminal para encenar o mundo do crime. As prisões são a sua universidade dramática. Também as escolas de arte formam os artistas que os empresários culturais depois usam para fazer dinheiro. Grandes investimentos – uma guerra contra as drogas mais as custas de cada preso, cerca de 3 salários mínimos – são afectos ao sistema, sem que se ouça alguém perguntar: “Quanto custa? Quem paga?”
Participei em sessões para “sociedades sem prisões”. Sessões cordatas e animadas acabavam sempre da mesma maneira: “as prisões são uma barbaridade. Mas onde é que se meteriam, então, os criminosos?”
Isto é: também as vacinas têm riscos e custam dinheiro. Há gente que morre da vacina e as vacinas podem ser utilizadas para fins comerciais ou até perversos, como a invenção de pandemias globais. Mas as vacinas comprovadamente salvam vidas. As prisões apenas destroem pessoas em vida, sem prevenir crimes. Ao contrário, como bem sabem os comités de prevenção da tortura, encobrem os piores crimes.
Acknowledgements
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Keywords
prisões,sociedade,retaliações
Português