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Descrição Detalhada da Comunicação
Aceitabilidade ética das práticas de Gestão de Recursos Humanos: efeitos da liderança e do contexto organizacional
Título Evento
IX Simpósio de Comportamento Organizacional
Ano (publicação definitiva)
2018
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
As práticas e o discurso actualmente prevalecentes na Gestão de Recursos
Humanos (GRH) tendem a enfatizar a orientação para objectivos de estrita
racionalidade económica e a destacar a importância das suas intervenções para a
rentabilidade e eficácia organizacionais. Paradoxalmente, dada a imagem tradicional da
GRH enquanto força promotora do bem-estar na organização, esta postura parece
subestimar tacitamente a importância da qualidade ética da relação de trabalho.
Resultados de um estudo recente (Simões et al., 2017) sugerem que o modo como os
profissionais de GRH julgam a aceitabilidade de práticas eticamente questionáveis na
sua área de actividade depende da saliência atribuída à infra-estrutura ética (por
exemplo, códigos de conduta) e das práticas de Responsabilidade Social Organizacional
(RSO) nas organizações em que se inserem.
O presente estudo pretende complementar aquele trabalho, avaliando os efeitos da
liderança ética e de factores específicos do contexto organizacional, a saliência da infraestrutura ética e as práticas de RSO, sobre o modo como outros actores organizacionais,
que não profissionais da área de Recursos Humanos, julgam a aceitabilidade de três
categorias de práticas eticamente dúbias de GRH (discriminação, desqualificação
pessoal e favorecimento do poder). Os resultados obtidos a partir dos dados recolhidos
através de um questionário online administrado a uma amostra de conveniência
(N=213) indicam, em primeiro lugar, que a liderança ética está negativamente associada
à aceitabilidade de todas as práticas em causa. Os indivíduos inseridos em organizações
em que a infra-estrutura ética é mais saliente julgam igualmente como menos aceitáveis
tais práticas. Também os procedimentos questionáveis de GRH que envolvem a
discriminação e a desqualificação pessoal são menos aceitáveis para os participantes de
organizações percebidas como mais socialmente responsáveis em relação aos
colaboradores e à economia. Globalmente, o conjunto dos resultados indica que o
exercício ético da liderança, associado à clareza das opções da organização no que toca à
RSO e às normas formais de conduta, favorece o reconhecimento individual de questões
éticas nas práticas de GRH, permitindo identificar e resolver obstáculos à transparência
nas relações de trabalho.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Liderança ética,Responsabilidade Social,Práticas de Gestão de Recursos Humanos,Infra-estrutura ética