O presente artigo pretende analisar as práticas e representações dos deputados portugueses em termos da sua utilização das tecnologias de informação e comunicação em geral, e da internet em particular, na actividade parlamentar e partidária, no contexto de uma possível democracia digital. Com base no modelo de análise desenvolvido no âmbito da acção europeia COST A14 WG1, e recorrendo a inquéritos e entrevistas aos deputados portugueses, obteve-se uma caracterização que indicia especificidades no campo da apropriação política da internet para o exercício da comunicação vertical com eleitores e horizontal com outras estruturas no quadro parlamentar. Da análise efectuada depreende-se também que os entraves ao desenvolvimento de uma democracia digital em Portugal são essencialmente fruto de três dimensões: um sistema dos media onde predomina a televisão; um sistema político parlamentar que não promove o contacto directo com eleitores; e, por último, cidadãos não motivados para a participação política, que tendem, também, a não encorajar uma maior apropriação política da internet no quadro parlamentar.

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Democracia digital; Parlamento; Tecnologias de informação; Comunicação

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