Resumo

A criação da Antropologia das Emoções como área autônoma de investigação teve início no Brasil nos anos 1990. Desde então, a área conheceu um forte desenvolvimento com a realização de atividades no âmbito de reuniões de associações científicas no Brasil, como ABA e ANPOCS, e internacionais, como Reunião de Antropologia do Mercosul, Associação Europeia de Antropologia Social, Associação Portuguesa de Antropologia e Associação Argentina de Antropologia. Entre as temáticas abordadas estão as relações entre emoções, corpo e experiências de saúde/doença e o trabalho micropolítico das emoções em fenômenos da vida pública, tais como violência, policiamento, movimentos sociais, instituições e universos/trajetórias profissionais.

Com base nessa trajetória, o presente projeto articula pesquisadores das linhas “Cultura, Subjetividade e Emoções” e “Intelectuais, Educação e Política” do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPCIS) da UERJ. O entrelaçamento entre as linhas se dá através da conjugação do estudo das emoções ao estudo de trajetórias de intelectuais em alguns projetos de pesquisa, como parte da rubrica mais ampla “emoções e universos/trajetórias profissionais”. O objetivo central deste projeto é a formação de uma Rede Ibero-Americana em Antropologia das Emoções por meio do fomento da interlocução entre pesquisadores do Brasil, da Argentina, de Portugal e da Espanha. Esse fomento se dará pelo entrelaçamento de quatro formatos: a) realização conjunta de eventos, minicursos e oficinas como parte dos planos de trabalho das visitas; b) publicações em co-autoria e co-organização; c) criação de um site voltado para a divulgação de pesquisas e eventos; d) projetos de pesquisa comparativa. Os projetos de pesquisa que embasam esta proposta estão articulados em torno de quatro grandes eixos temáticos que deverão estruturar a reflexão em torno dos limites e possibilidades de construção das emoções como objeto das ciências sociais. São eles: a) emoções, trajetórias intelectuais e campos científicos; b) corpo, saúde, emoção e gênero; c) sofrimento, crises e cuidado; e d) policiamento, segurança e emoções.

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