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Baptista, V. & Marques Alves, P. (2023). História e memórias do bairro do Beato – de finais de oitocentos até aos anos 70 do século XX. I Congresso Iberoamericano de História Local.
V. Baptista and P. J. Alves, "História e memórias do bairro do Beato – de finais de oitocentos até aos anos 70 do século XX", in I Congr.o Iberoamericano de História Local, Plasência, 2023
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TY - CPAPER TI - História e memórias do bairro do Beato – de finais de oitocentos até aos anos 70 do século XX T2 - I Congresso Iberoamericano de História Local AU - Baptista, V. AU - Marques Alves, P. PY - 2023 CY - Plasência AB - A freguesia do Beato, situada na zona oriental de Lisboa, ao longo dos anos em estudo passou por diversas alterações a nível da sua população residente e trabalhadora, e do património material, cultural e imaterial. Tinha por enquadramento o rio Tejo, a linha férrea inaugurada em 1856 de Lisboa ao Carregado, destacando-se o viaduto com os seus arcos e o elétrico que passava desde o Poço Bispo ao centro da cidade. Em conjunto com Alcântara são considerados os dois polos industriais da capital, no período em análise. Desde meados do século XIX que este mundo operário da Lisboa oriental foi imortalizado na pintura de João Pedroso, na poesia de Cesário Verde e nos escritos de Angelina Vidal, em Lisboa Antiga e Lisboa Moderna e de Abel Botelho, no livro Amanhã. Temos por objetivos nesta apresentação mostrar as atividades a que se dedicava a população trabalhadora e identificar as principais empresas/fábricas que empregavam mão de obra masculina e feminina. Também nos propomos identificar as associações de classe, mutualista e recreativa, em que se inseriam as mulheres e homens que viviam e trabalhavam no bairro, como por exemplo, a Associação de Socorros Mútuos, Associação Humanitária da Freguesia Humanitária de S. Bartolomeu do Beato para ambos os sexos, fundada em 1867. Por fim, pretendemos fazer um levantamento das instituições de proteção social que funcionaram em prol desta população: a cozinha económica, os lactários, a maternidade, creches, o centro materno-infantil, a Escola gratuita para meninas Casal Ribeiro e a Escola Industrial Afonso Domingos, fundada em 1884 dirigida a operários e a seus filhos, com aulas diurnas e noturnas. Ainda se encontram, ou estão em ruínas, os edifícios de algumas fábricas, como a Fábrica de Tabacos, situada no antigo convento de Xabregas, a Fábrica de Fiação e Tecidos Oriental, que fora conhecida por “Fábrica Varandas”, a Fábrica de Malhas de Inácio de Magalhães Bastos & Companhia, a Manutenção Militar, edificada no local do demolido Convento das Agostinhas Descalças, denominadas “grilas”, entre outras. Os seus moradores residiam em vilas, como a Dias e a Flamiano, construídas na década de oitenta do século XIX, na Rua do Grilo e no Beco dos Toucinheiros, ainda hoje locais habitados. Tivemos como fontes primárias os Inquéritos Industriais, registos dos médicos das fábricas, a literatura, jornais da época e fotos dos arquivos. Também visualizámos as ruínas das fábricas e das instituições, assim foi importante a história oral, contada pelos habitantes, por quem trabalhou na Companhia Portuguesa de Tabacos, no Centro Materno Infantil Fundação Júlia Moreira, ou nasceu na maternidade da fábrica, que se situou no Largo Santos-o-Novo. Desde os anos 80 do século XX que a população do Beato decresceu acompanhando o encerramento das fábricas e a desindustrialização da zona. Hoje verifica-se a desertificação de algumas áreas e a chegada de novos habitantes que mudarão radicalmente a face deste bairro que foi marcadamente industrializado e operário. ER -