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Nunes, A. (2023). Colorín Colorado, o livro infantil está polarizado!. XII Congresso Português de Sociologia APS.
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A. F. Nunes,  "Colorín Colorado, o livro infantil está polarizado!", in XII Congr.o Português de Sociologia APS, Coimbra, 2023
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TY  - CPAPER
TI  - Colorín Colorado, o livro infantil está polarizado!
T2  - XII Congresso Português de Sociologia APS
AU  - Nunes, A.
PY  - 2023
CY  - Coimbra
UR  - https://aps.pt/pt/xii-congresso-portugues-de-sociologia-2/
AB  - Partindo da lengalenga colorin colorado e, juntando uma rima a propósito, pretendemos refletir sobre o livro infantil enquanto objeto polarizado – pois é particularmente permeável às mudanças e preocupações sociais, mas também  polarizador, pois é um veículo eficaz de transmissão de valores, condutas e modos de ser/estar, onde se incluem modelos ideais de feminino e masculino (Colomer, 2010), com impacto na formação das crianças leitoras desde tenra idade.  
No que diz respeito aos estereótipos de género, os livros infantis permanecem sob olhar atento de instâncias nacionais e internacionais, como a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e as Nações Unidas, reconhecendo-se o livro e a leitura como ferramentas cruciais para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 
As questões relacionadas com a identidade/diversidade de género e temáticas LGBT têm sido arena fértil para polariz(ações) e os livros infantis são alvos preferenciais de tentativas de censura – quer porque abordam estas temáticas fraturantes (e.g. Banned Books Week), quer porque reforçam estereótipos e ideias que se entedem ultrapassadas (e.g. Contos Tradicionais). 
Numa análise sociológica sobre a literatura infantil portuguesa contemporânea procura averiguar-se aspectos de representatividade e estereótipos de género em livros destinados aos 6-8 anos de idade, recomendados pelo PNL. Com recurso a uma grelha de codificação são registados elementos textuais, peritextuais e ilustrações para várias categorias (caraterísticas físicas, adjetivos, interesses/hobbies, profissões) seguindo-se uma análise quantitativa e qualitativa do seu conteúdo (Taylor, 2003; Hamilton, 2006; Paynter, 2011). Alguns resultados das análises piloto revelam a falta de representatividade feminina nas personagens principais/heróis e estereótipos de género relacionados com as caraterísticas físicas, traços de personalidade e interesses/hobbies, à semelhança de outros estudos no mesmo âmbito (Hamilton et al., 2006; McCabe et al., 2011; Nunes, 2017). 
Assim, mais do que classificar um livro como sendo ou não sexista (Adam & Harper, 2021), censurar ou impedir a sua circulação, a conclusão principal relaciona-se com a importância da mediação. Navegando por entre as polarizações destaca-se o potencial das histórias, privilegiando as que nos fazem ver o mundo como ele é, mas também como poderia ser.  
ER  -