Exportar Publicação

A publicação pode ser exportada nos seguintes formatos: referência da APA (American Psychological Association), referência do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), BibTeX e RIS.

Exportar Referência (APA)
Marques, E. M. (2024). Luta laboral, saber técnico e autogestão: o caso da Manuel Pereira Roldão & Filhos, Lda (1975‑1978). Congresso Internacional 50 anos 25 de Abril.
Exportar Referência (IEEE)
E. M. Marques,  "Luta laboral, saber técnico e autogestão: o caso da Manuel Pereira Roldão & Filhos, Lda (1975‑1978)", in Congr.o Internacional 50 anos 25 de Abril, Lisboa, 2024
Exportar BibTeX
@misc{marques2024_1727904861191,
	author = "Marques, E. M.",
	title = "Luta laboral, saber técnico e autogestão: o caso da Manuel Pereira Roldão & Filhos, Lda (1975‑1978)",
	year = "2024",
	url = "https://50anos25abril.pt/agenda/sessao-paralela-4-revolucao-economica-e-social-1-congresso-internacional-50-anos-25-de-abril/"
}
Exportar RIS
TY  - CPAPER
TI  - Luta laboral, saber técnico e autogestão: o caso da Manuel Pereira Roldão & Filhos, Lda (1975‑1978)
T2  - Congresso Internacional 50 anos 25 de Abril
AU  - Marques, E. M.
PY  - 2024
CY  - Lisboa
UR  - https://50anos25abril.pt/agenda/sessao-paralela-4-revolucao-economica-e-social-1-congresso-internacional-50-anos-25-de-abril/
AB  - Fundada em 1938 a partir do que começara 5 anos antes, como pequena oficina de transformação de tubo de vidro para fabrico de ampolas e outros artigos de laboratório, a fábrica vidreira Manuel Pereira Roldão & Filhos, Lda (MPR) evoluiu num percurso ascendente até ao início dos anos 1970, altura em que empregava mais de seis centenas e meia de trabalhadores. À data do 25 de abril, no entanto, a empresa encontrava-se em situação difícil, com elevados níveis de endividamento, incluindo aos trabalhadores, e sem acesso a crédito. No final de 1974, os proprietários abandonam a administração fabril e em janeiro do ano seguinte interrompe-se a laboração, por falta de matérias-primas. Perante diligências insistentes dos trabalhadores, com apoio do Sindicato Vidreiro (que inclusive financiou combustível para que não se apagasse o forno de fusão, o que o danificaria e comprometeria a retoma da produção), o conselho de ministros delibera, em 4 de março de 1975, intervencionar a empresa, nomeando uma comissão administrativa constituída por 7 trabalhadores. Esta situação manteve-se até ao fim de 1978, quando uma nova resolução do conselho de ministros (nº 205/78, de 24 de novembro) desintervencionou a empresa e exonerou a comissão administrativa. Sob sucessivas administrações privadas, a MPR atravessaria com dificuldade a década e meia seguinte, tendo os trabalhadores protagonizado um aguerrido processo de luta, com repercussão nacional, contra a ameaça de encerramento, que acabou por se concretizar em 1995.

Compulsando fontes orais, imprensa local e nacional (incluindo meios audiovisuais), documentação de arquivo e fontes secundárias, a comunicação analisa esta experiência de autogestão, problematizando a sua relação com e os seus impactos sobre a história da fábrica e dos seus trabalhadores, a história política e laboral da Marinha Grande, o percurso da indústria vidreira local e, não menos importante, os modos de produção e reprodução do grupo sócio-ocupacional vidreiro marinhense e do conhecimento técnico e operativo, indispensável à produção, que esse grupo detinha.

Pretende-se com este estudo contribuir, detalhando o caso da MPR, para o conhecimento de uma vertente central das dinâmicas participativas que fizeram a revolução (os processos de intervenção estatal nas empresas e de autogestão), mobilizando, para lá da historiografia pertinente e em articulação com esta, conhecimento informado por abordagens da antropologia do trabalho e da técnica sobre os grupos, as hierarquias e as competências vidreiras.
ER  -