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Fonseca, G. P. (2024). As experiências subjetivas de jovens que vivem com VIH e a relação com o tratamento antirretrovírico. XVI Congresso Nacional de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica | XIV Congresso Nacional VIH/SIDA.
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G. P. Fonseca,  "As experiências subjetivas de jovens que vivem com VIH e a relação com o tratamento antirretrovírico", in XVI Congr.o Nacional de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica | XIV Congr.o Nacional VIH/SIDA, Coimbra, 2024
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TY  - CPAPER
TI  - As experiências subjetivas de jovens que vivem com VIH e a relação com o tratamento antirretrovírico
T2  - XVI Congresso Nacional de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica | XIV Congresso Nacional VIH/SIDA
AU  - Fonseca, G. P.
PY  - 2024
CY  - Coimbra
AB  - Introdução: A infeção por vírus da imunodeficiência humana (VIH) evoluiu de uma doença potencialmente fatal para uma condição crónica em pessoas que vivem com VIH (PVVIH) em terapêutica antirretrovírica (TARV), com carga vírica indetetável. Embora a biomedicalização da PVVIH promova o discurso “normalizador de VIH”, baseado em marcadores biomédicos, o estigma e a discriminação continuam a afetar a saúde e o bem-estar das PVVIH, potenciando múltiplas desigualdades sociais. Em Portugal permanecem pouco explorados os impactos da infeção por VIH e da TARV em pessoas jovens que vivem com VIH (PJVVIH). 

Objetivos: Compreender a experiência subjetiva da infeção em PJVVIH e a sua relação com a TARV. 

Material e dados: Este estudo qualitativo com 10 entrevistas semi-estruturadas, online e presenciais, com PJVVIH, com idades entre os 18 e 29 anos, residentes em Portugal e seguida de análise de conteúdo. 

Resultados: Identificaram-se duas categorias distintas baseadas no modo de transmissão da infeção: PJVVIH por transmissão vertical e PJVVIH por transmissão sexual. O primeiro grupo teve uma educação orientada para a “normalização de VIH”, permitindo-lhes incorporar a TARV, no seu quotidiano, assumindo a infeção por VIH como parte integrante das suas identidades. Apesar da confiança estabelecida junto dos médicos, enquanto fontes únicas de informação, inclusive em temas como a sexualidade, o conhecimento destas PJVVIH limita-se à experiência subjetiva da infeção, desconhecendo potenciais eventos associados à infeção por VIH e aos efeitos secundários da TARV. No segundo grupo, o diagnóstico de seropositividade para VIH foi um momento traumático com impacto na saúde mental e nas relações sociais. As suas trajetórias foram marcadas por momentos traumáticos (tentativas de suicídio, sofrimento na infância e violação) e pela sua condição socioeconómica vulnerável e associada a formas de discriminação pelo VIH (emprego, habitação, intimidade, espaços de sociabilidade e redes sociais). A relação com a TARV foi assinalada por efeitos secundários a curto e longo prazo, bem como pela acessibilidade dos jovens a saberes periciais e à adoção de práticas reflexivas (prática desportiva e alimentação saudável). A relação com os médicos foi marcada pela descredibilização dos profissionais pela experiência subjetiva da infeção por VIH, prevalecendo uma abordagem médica heteronormativa com implicações negativas cumulativas especialmente em homens que fazem sexo com homens e imigrantes. 

Conclusões: As PJVVIH continuam a enfrentar formas de discriminação associadas à infeção por VIH em Portugal, com implicações psicossociais e nos seus projetos de vida.
ER  -