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Calado, A. (2025). Vais ficar mesmo tudo bem? A ideologia implícita da resiliência e suas consequências nos regimes de proteção social. 8º Encontro Anual de Economia Política. Economia Política para uma Vida Justa: Desafios teóricos e práticos .
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A. D. Calado,  "Vais ficar mesmo tudo bem? A ideologia implícita da resiliência e suas consequências nos regimes de proteção social.", in 8º Encontro Anual de Economia Política. Economia Política para uma Vida Justa: Desafios teóricos e práticos , Coimbra, 2025
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TY  - CPAPER
TI  - Vais ficar mesmo tudo bem? A ideologia implícita da resiliência e suas consequências nos regimes de proteção social.
T2  - 8º Encontro Anual de Economia Política. Economia Política para uma Vida Justa: Desafios teóricos e práticos 
AU  - Calado, A.
PY  - 2025
CY  - Coimbra
UR  - https://www.economiapolitica.pt/encontro-2025
AB  - A ascensão do neoliberalismo ao longo da década de 1980 despoletou um debate alargado nos campos académico e político sobre a sustentabilidade dos sistemas de proteção social nos países desenvolvidos. Neste contexto, apontaram-se os riscos decorrentes das transformações nas tendências demográficas, da divisão sexual do trabalho e da terciarização da economia. O que unem estes debates é, por um lado, o foco nos fatores macro-estruturais e, por outro lado, que que tais mudanças colocam em risco um modelo de proteção social generoso e abrangente. 
No entanto, no período que se seguiu assistiu-se à expansão do Estado Social e a crescente liberalização da economia global. Este equilíbrio instável voltou a estar sob exame com o despoletar da Grande Recessão em 2007. Só que desta vez foi posto em causa o presente do Estado Social e o diagnóstico desviou-se dos fatores macro-estruturais para se concentrar no comportamento dos atores, fossem estes coletivos ou individuais, notabilizado pela sigla PIGS e pela narrativa do “viver acima das possibilidades”. 
Este contexto de recessão económica e de crise social foi propício para a emergência e expansão das abordagens da resiliência social nos campos académico e político. A resiliência rapidamente é estabelecida como um mantra para enfrentar o cenário de crise, propondo um novo sujeito que emerge desta crise interiorizando a insegurança socio-material, a inevitabilidade da flexibilidade e a predisposição para a assunção do risco. Apesar das críticas, acusando a falta de substância da noção, a promoção da resiliência das famílias e dos sistemas económicos constitui uma prioridade das políticas europeias no rescaldo da crise. 
A presente comunicação visa dar conta do processo de institucionalização da perspetiva da resiliência na agenda social europeia, ocupando hoje um lugar central na narrativa que suporta as políticas e os respetivos instrumentos financeiros. A partir da análise do desenvolvimento teórico-conceptual destas abordagens aos fenómenos socioeconómicos e da agenda social europeia desde a Grande Recessão, propomos explicitar a sua ideologia implícita e as consequências na orientação das políticas e dos arranjos institucionais que estruturam os sistemas de proteção social na Europa. Finalmente, argumentar-se-á que a atração da resiliência pelo campo político deve-se à proposição de um sistema social capaz de integrar as crises nos planos individual e sistémico, propondo as bases para uma proteção social mínima compatível com as necessidades e princípios do neoliberalismo.
ER  -