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Caetano, A. (2025). As sombras do processo de pesquisa: histórias de uma pesquisa “falhada”. XIII Congresso Português de Sociologia “Democracias à prova: riscos e incerteza”.
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A. M. Caetano,  "As sombras do processo de pesquisa: histórias de uma pesquisa “falhada”", in XIII Congr.o Português de Sociologia “Democracias à prova: riscos e incerteza”, São Miguel, Açores, 2025
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	author = "Caetano, A.",
	title = "As sombras do processo de pesquisa: histórias de uma pesquisa “falhada”",
	year = "2025"
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TY  - CPAPER
TI  - As sombras do processo de pesquisa: histórias de uma pesquisa “falhada”
T2  - XIII Congresso Português de Sociologia “Democracias à prova: riscos e incerteza”
AU  - Caetano, A.
PY  - 2025
CY  - São Miguel, Açores
AB  - 4)	Pode uma pesquisa inacabada produzir conhecimento sociológico relevante? Esta questão é o ponto de partida de uma reflexão em torno da ideia de “falhar” no decorrer do processo de investigação em sociologia. Centra-se, em particular, numa pesquisa sobre a experiência de crises biográficas, no âmbito da qual, após a organização, tratamento e codificação da informação coproduzida em entrevistas biográficas, a análise dos materiais empíricos nunca chegou a ser plenamente realizada. Não tendo publicado resultados, é como se o projecto não tivesse existido ou não tivesse produzido nada ou nada suficientemente pertinente. No entanto, este “nada” acabou por ser produtivo. Esta experiência dá visibilidade ao facto de a história de uma pesquisa não se escrever apenas a partir das histórias dxs participantes, nem se centrar apenas nos dados empíricos. A investigação tem a sua própria história e trajectória. No caso desta pesquisa, inacabada, a sua importância não se centra tanto naquilo que revelou sobre as pessoas entrevistadas e as suas crises, mas sim no que permitiu perceber sobre o processo de as conhecer. A reflexão em torno das razões que explicam que este estudo permaneça incompleto implica abordar as especificidades do desenvolvimento de projectos sobre tópicos sensíveis e o trabalho emocional envolvido na investigação em sociologia, bem como questionar a ideia de falhanço, associada a uma visão do processo de pesquisa como tendo uma trajectória exclusiva e excessivamente linear. Argumenta-se, com esta reflexão, que é fundamental dar também visibilidade ao lado mais oculto da investigação, ao que fica muitas vezes na sombra, partilhando experiências menos bem-sucedidas, oportunidades perdidas, projectos que nunca aconteceram, prazos falhados. Essa partilha e a reflexão que a partir dela se pode construir não só permite contrariar uma ideia mais higienizada do que é fazer pesquisa em sociologia, como humaniza esse processo e contribui activamente para a cumulatividade do conhecimento científico e para a transparência relativamente às condições e contextos de produção desse conhecimento.
ER  -