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Correia, S.B. (2025). A terça parte visível: género e desigualdade no campo artístico em Portugal (2009–2023). II Conferência Internacional Mulheres, Mundos do Trabalho e Cidadania – Diferentes Olhares, Outras Perspetivas.
S. A. Correia, "A terça parte visível: género e desigualdade no campo artístico em Portugal (2009–2023)", in II Conferência Internacional Mulheres, Mundos do Trabalho e Cidadania – Diferentes Olhares, Outras Perspetivas, Lisboa, 2025
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TY - CPAPER TI - A terça parte visível: género e desigualdade no campo artístico em Portugal (2009–2023) T2 - II Conferência Internacional Mulheres, Mundos do Trabalho e Cidadania – Diferentes Olhares, Outras Perspetivas AU - Correia, S.B. PY - 2025 CY - Lisboa UR - https://www.dinamiacet.iscte-iul.pt/post/conferencia-mulheres-mundos-do-trabalho-e-cidadania-2 AB - O campo das artes visuais é profundamente impactado pelo género enquanto categoria estruturante das posições que artistas ocupam em termos de visibilidade, reconhecimento e legitimação. Partindo do pressuposto de que a consolidação de uma carreira artística se alicerça numa presença contínua em espaços institucionais e comerciais, este estudo analisa indicadores concretos de desempenho profissional com o intuito de identificar padrões de desigualdade na participação de artistas em Portugal. Com base numa recolha sistemática de dados relativos à presença de artistas em exposições individuais e coletivas, feiras, leilões, galerias e prémios de arte, entre 2009 e 2023, traça-se um retrato abrangente da composição de género no campo artístico português. A amostra inclui um conjunto significativo de instituições públicas e privadas, permitindo uma leitura representativa da realidade nacional. Os resultados evidenciam de forma consistente a sub-representação de mulheres artistas nos principais espaços de visibilidade e consagração. No conjunto de exposições analisadas, as obras de autoria feminina raramente ultrapassam um terço da representatividade. Esta disparidade acentua-se em domínios estratégicos, como o mercado — onde cerca de 70% dos artistas representados por galerias são homens — e as coleções institucionais, nas quais a presença masculina atinge os 80%. Estas dinâmicas revelam o papel persistente do género como mecanismo de exclusão simbólica e material, com impactos diretos na construção de percursos profissionais sustentados. Apesar deste cenário desigual, a análise por coortes etárias permite identificar sinais de transformação: entre as gerações mais jovens, observa-se uma tendência para a paridade na representação de género. Este dado poderá sinalizar o início de um processo de reconfiguração estrutural, ainda que incipiente e insuficiente para inverter, no curto prazo, as desigualdades enraizadas. Os dados analisados confirmam que as mulheres artistas continuam a enfrentar obstáculos significativos no acesso à profissão e à ocupação de posições de prestígio e reconhecimento no campo artístico português. A sua menor visibilidade e participação nos principais circuitos de legitimação cultural e comercial compromete a consolidação das suas trajectórias profissionais e evidencia a necessidade de políticas institucionais mais inclusivas. ER -
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