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Fonseca, M., Alexandre, J. & Ramos, S. (2013). Grupos de artes marciais em Timor-Leste; Uma perspectiva da psicologia social comunitária. International Conference East-Timor and its region. A transdisciplinar view.
M. Fonseca et al., "Grupos de artes marciais em Timor-Leste; Uma perspectiva da psicologia social comunitária. ", in Int. Conf. East-Timor and its region. A transdisciplinar view. , 2013
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TY - CPAPER TI - Grupos de artes marciais em Timor-Leste; Uma perspectiva da psicologia social comunitária. T2 - International Conference East-Timor and its region. A transdisciplinar view. AU - Fonseca, M. AU - Alexandre, J. AU - Ramos, S. PY - 2013 UR - http://www.timorconference.com/ AB - Os grupos de artes marciais (GAM) têm assumido um papel de relevo na sociedade Timorense nas últimas décadas. Estima-se que atualmente existam quinze a vinte diferentes grupos, com representações nos 13 distritos Timorenses e com um número total de membros registados de cerca de vinte mil, maioritariamente do sexo masculino na faixa etária dos 15 aos 29 anos. Trabalhos realizados no âmbito da ciência política e de projetos de cooperação para o desenvolvimento indicam que alguns GAM se tornaram fonte de insegurança, sendo apontados como potenciais ameaças a um clima de paz continuado e à estabilidade do país. No sentido de responder a esta problemática, as entidades governamentais Timorenses tomaram, desde 2007, algumas medidas que visam o controlo da ascensão da violência. Os resultados destas incitativas foram, porém, limitados. Por outro lado, não é clara que a violência seja o elemento fundamental da identidade e atividade destes grupos. Arnold (2009) defende que a atividade regular dos GAM deve ser entendida como benigna e a violência de rua, ao qual estão muitas vezes associados, deveria ser compreendida como uma ação extrema e artificial, não sendo o âmago ou uma característica de definição da sua atividade. Neste seguimento, o presente trabalho visa dar um contributo para a compreensão dos GAM recorrendo à abordagem da Psicologia Social Comunitária, procurando decifrar os significados que a comunidade Timorense (membros e não membros) atribui à pertença a estes grupos, as motivações, as funções desempenhadas pelos GAM para os seus membros e para o sistema alargado no qual se integram e os aspetos que permitem diferenciar os vários GAMs ativos em Timor-Leste. Para alcançar este objetivo foi desenvolvido um estudo qualitativo com 20 participantes, de nacionalidade Timorense, com idades compreendidas entre os 17 e os 52 anos (M=29,06; DP=10,07), tendo sido conduzidos 3 grupos focais e 5 entrevistas individuais. Os dados obtidos foram posteriormente sujeitos a uma análise de conteúdo temática. Os dados foram analisados em torno de cinco dimensões estabelecidas a priori: 1) significado atribuído à pertença; 2) motivações de pertença; 3) funções desempenhadas pelos GAM para os seus membros; 4) funções desempenhadas pelos GAM para o sistema alargado; e 5) distintividade intergrupal. Em termos gerais, os resultados sugerem que os significados atribuídos à pertença aos GAM, aparecem associados ao sentimento de comunidade, ao suporte e à atividade física. Para os não membros a pertença surge integrada num percurso histórico no qual os GAM aparecem associados à defesa do país, tendo depois evoluído simultaneamente para um instrumento partidário e para um veículo de promoção do país no exterior. A motivação para pertencer aos GAM surge associada a diferentes aspetos, nomeadamente: suporte social, desenvolvimento pessoal, aquisição de técnicas de defesa, envolvimento em atividades desportivas, aquisição de valores e normas. Os GAM têm como função a promoção de relações de apoio mútuo entre os seus membros, o desenvolvimento global, a socialização e a proteção dos indivíduos. Ainda, a motivação para pertencer aparece associada à possibilidade de participar na promoção do país. ER -