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Castro, P. & Batel, S. (2007). Técnico e cidadão, eis a questão: um caso de participação pública no espaço urbano. Psicologia. 21 (2), 99-117
F. P. Castro and S. A. Batel, "Técnico e cidadão, eis a questão: um caso de participação pública no espaço urbano", in Psicologia, vol. 21, no. 2, pp. 99-117, 2007
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TY - JOUR TI - Técnico e cidadão, eis a questão: um caso de participação pública no espaço urbano T2 - Psicologia VL - 21 IS - 2 AU - Castro, P. AU - Batel, S. PY - 2007 SP - 99-117 SN - 0874-2049 DO - 10.17575/rpsicol.v21i2.369 UR - http://appsicologia.org/ AB - Neste trabalho pretendemos analisar uma controvérsia relativa ao património construído das cidades e à participação do público, que envolveu os sistemas técnico e leigo. Trata-se da controvérsia relativa ao Convento dos Inglesinhos, um conjunto patrimonial do século XVII que ocupa um quarteirão do Bairro Alto, um dos bairros mais emblemáticos de Lisboa, e para o qual está actualmente prevista a transformação num condomínio residencial fechado de luxo. O projecto, aprovado pelos técnicos camarários sem consulta pública aos moradores, provocou um debate público intenso quando um movimento de moradores do Bairro organizou protestos e debates públicos contra a transformação. Neste trabalho, reconstruímos primeiro o contexto representacional desta controvérsia, baseando-nos na análise das notícias da imprensa, na nossa participação nas sessões públicas organizadas pelos moradores e nas entrevistas realizadas com os principais protagonistas, análises que permitiram compreender as representações sobre a cidade, o património e o papel dos cidadãos aqui envolvidos. Analisamos mais detalhadamente as entrevistas narrativas realizadas aos técnicos camarários, que permitiram examinar como é que os técnicos gerem o dilema de não poderem falar abertamente contra a participação pública – com legitimidade normativa nas sociedades actuais -, ao mesmo tempo que resistem aos objectivos dos moradores, reiterando as suas próprias decisões. Recorrendo à definição de polifasia cognitiva, analisamos as contradições que daqui emergem e como se relacionam com as diferentes identidades que os técnicos podem assumir – técnico e cidadão. Discutimos ainda como é que a gestão deste dilema e o recurso à contradição podem contribuir para impedir que os cidadãos participem por uma via legal, fomentando maior anomia quanto aos problemas dos espaços construídos. ER -