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Malet Calvo, D. (2015). A génese traumática do património em Lisboa: símbolos e representações urbanas nos bairros típicos depois do terremoto de 1755. Construction Politique et Sociale des Territoires. 4, 13-30
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D. M. Calvo,  "A génese traumática do património em Lisboa: símbolos e representações urbanas nos bairros típicos depois do terremoto de 1755", in Construction Politique et Sociale des Territoires, no. 4, pp. 13-30, 2015
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TY  - GEN
TI  - A génese traumática do património em Lisboa: símbolos e representações urbanas nos bairros típicos depois do terremoto de 1755
T2  - Construction Politique et Sociale des Territoires
AU  - Malet Calvo, D.
PY  - 2015
SP  - 13-30
UR  - http://citeres.univ-tours.fr/IMG/pdf/1malet_calvo_web.pdf
AB  - A cidade de Lisboa nasceu no que hoje conhecemos como os bairros orientais, aqueles que povoam as encostas da Colina de São Jorge (Castelo, Alfama, Mouraria). Durante a Idade Media e depois com o Renascimento e a crescente importância do império marítimo português a cidade cresce e se espalha pelos vales dos arredores e sobretudo pela orla marítima. Nesta nova cidade que desceu da sua colina originária forma-se uma bipolarização urbana entre dos espaços centrais: O Rossio (que representa a cidade medieval e popular ligada ao mundo rural imediatamente adjacente) e o Terreiro do Paço (que representa o poder da Coroa e das instituições no nascente império marítimo). Depois do terremoto de 1755 o Marquês de Pombal, responsável pela reconstrução da cidade, altera este antigo ordem sócio-urbanístico desnaturalizando o espaço de representação popular da cidade, o Rossio. O crescimento da cidade de Lisboa os séculos XVIII e XIX vai ser assim organizado por uma nova bipolarização em duas grandes avenidas, marcadas ao mesmo tempo pelas novas categorias sociais da época: Avenida da Liberdade como espaço burguês e Avenida Almirante Reis como artéria operária. Nesta cidade moderna que crescia e se urbanizava para o seu interior os autores românticos começam a imaginar a autenticidade perdida desde a reforma pombalina nos bairros antigos, aqueles que se situam nas encostas da colina do Castelo. Neles, as antigas estruturas urbanísticas medievais (muitas vezes reconstruidas) e o florescimento de práticas e géneros de raiz popular (muitas vezes estimulados pela presença de camadas populacionais procedentes do interior de país) alimentarão esta imagem dos bairros antigos como lugares transbordantes de autenticidade. De forma crescente desde o Estado Cultural do novecentos, as instituições e as administrações tentaram aproveitar a vitalidade destas manifestações populares para legitimar a sua governabilidade. Dois exemplos são bem manifestos deste intento de manipulação dos materiais simbólicos da cidade pelo proveito das autoridades: 1. A natureza inatingível do Fado como canto popular gerado nas margens da cidade e desde a marginalidade das camadas mais desfavorecidas. 2. As Marchas Populares como manifestação domesticada da singularidade dos bairros que compõem a cidade. Assim, Fado e Marchas Populares serão manifestações ligadas à criatividade popular dos bairros antigos, e desta maneira constituirão materiais simbólicos desejados pelas autoridades desde que o urbanismo pós-pombalino gerou o imaginário de duas cidades separadas: A cidade nova – moderna - centro marcada pela reforma Pombalina e as suas evoluções oitocentistas (racional, ordenada, cosmopolita, autoritária) e o seu oposto, a cidade antiga – bairro (caótica, familiar, comunitária, popular).
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