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Alves, D. & Ramos, S. (2015). Condições de Trabalho, Stresse e Sintomas de mal-estar: exploração de uma cadeia de efeitos. 3rd International Congress on Working Conditions.
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D. Alves and S. C. Ramos,  "Condições de Trabalho, Stresse e Sintomas de mal-estar: exploração de uma cadeia de efeitos", in 3rd Int. Congr. on Working Conditions, Porto, 2015
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TY  - CPAPER
TI  - Condições de Trabalho, Stresse e Sintomas de mal-estar: exploração de uma cadeia de efeitos
T2  - 3rd International Congress on Working Conditions
AU  - Alves, D.
AU  - Ramos, S.
PY  - 2015
CY  - Porto
AB  - Enquadramento Teórico: A teoria sugere que a exposição a más condições de trabalho provoca
um aumento significativo do nível de stresse percecionado e de sintomas de mal-estar físico e psicológico (e.g., Cooper & Marshall, 1976; Karasek, 1976; Warr, 1990; Cox & Griffiths, 1995; Dejours, 2000; Légeron, 2001; Siegrist & Rödel, 2006, entre outros). Nos estudos sobre a relação trabalho-saúde e trabalho-doença, o stresse e os sintomas de mal-estar assumem, geralmente, o estatuto de variáveis dependentes, ou seja, são analisados como uma das consequências da exposição a riscos psicossociais no local de trabalho;
contudo, importa, a par, conceptualizar o stresse como variável explicativa (causa) dos sintomas de malestar.
Este paper oferece à discussão teórica um exemplo concreto onde o stresse tem um papel hibrido,
que varia em função do seu posicionamento na cadeia de efeitos; ele é influenciado (consequência do risco)
e influencia o bem-estar (fator de risco).
Objectivos de Investigação: Este paper visa diagnosticar o efeito das condições de trabalho (físicas e psicossociais) no stresse e nos sintomas de mal-estar percecionados pelos trabalhadores. Procuramos, em
complemento, alcançar três objectivos específicos: (i) identificar as fontes de risco psicossocial às quais os
trabalhadores se encontram mais expostos (em termos de frequência e intensidade); (ii) verificar se as
características individuais (idade e antiguidade na empresa) moderam as relações que se estabelecem entre as condições de trabalho, o stresse e os sintomas de mal-estar e, por último, (iii) testar se o stresse é um fator mediador entre as condições de trabalho e os sintomas de mal-estar físico e psicológico.
Método: Análise estatística de uma amostra (n =117) dos trabalhadores de uma grande empresa portuguesa do setor dos serviços. O material empírico foi recolhido através da aplicação de um questionário de avaliação de riscos psicossociais, centrado no levantamento das perceções dos trabalhadores sobre várias dimensões das condições de trabalho.
Resultados: 98,3% dos inquiridos considera que o trabalho afecta diretamente a sua saúde. O trabalho no
subsolo surge como a fonte de risco a que estão mais expostos. O stresse percecionado tende aumentar à
medida que as exigências no trabalho se tornam mais elevadas e, também, quando o controlo e o suporte são baixos. Concluímos, também, que as perceções de exposição aos riscos psicossociais, de stresse e de sintomas de mal-estar variam estaticamente segundo a idade do trabalhador e a sua antiguidade na empresa. As diferenças mais relevantes localizam-se, sobretudo, entre: i) os mais jovens e os que têm uma idade entre 46 e 55 anos e ii) entre os trabalhadores com menos anos na empresa (<10) e aqueles cuja antiguidade se situa entre os 21 e os 30 anos. Os sintomas de mal-estar mais correlacionados com o stresse são, por ordem decrescente, a tensão geral, as insónias, a depressão e as dores de cabeça. Por fim, identificamos três perfis de
trabalhadores, os de baixo, médio e alto risco. Conclusão: Os sintomas de mal-estar aumentam significativamente à medida que aumenta a exposição aos riscos psicossociais e o stresse percepcionado pelos trabalhadores. Os dados são consistentes com uma mediação total do stresse na relação entre o trabalho no subsolo e os sintomas de mal-estar. O efeito do trabalho no subsolo diminui consideravelmente e, inclusive, deixa de ser estatisticamente significativo quando integramos o stresse no modelo de mediação. Deste modo, existe uma cadeia de efeitos entre as
condições de trabalho, o stresse e os sintomas de mal-estar físico e psicológico. Por fim, concluímos que a maioria dos trabalhadores está exposta a um baixo nível de vulnerabilidade no trabalho.
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