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Santos, Filomena (1996). Infidelidade Conjugal: Classe Social e Género. In Actas do III Congresso Português de Sociologia: Práticas e processos da Mudança Social. Lisboa: Celta/APS. Lisboa: Celta/APS.
F. M. Santos, "Infidelidade Conjugal: Classe Social e Género", in Actas do III Congr.o Português de Sociologia: Práticas e processos da Mudança Social. Lisboa: Celta/APS, Lisboa, Celta/APS, 1996
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TY - CPAPER TI - Infidelidade Conjugal: Classe Social e Género T2 - Actas do III Congresso Português de Sociologia: Práticas e processos da Mudança Social. Lisboa: Celta/APS AU - Santos, Filomena PY - 1996 CY - Lisboa AB - O trabalho sobre a infidelidade conjugal (dissertação de mestrado), com orientação científica da Professora Lígia Amâncio, foi conduzido à luz da problemática das representações e identidades de género. A pesquisa abrangeu dois estudos: o primeiro, baseado na associação livre de palavras (200 inquiridos), pretendeu captar as representações sobre o casal e a infidelidade; o segundo, que teve como suporte empírico 24 casos ou histórias narradas, colocou o enfoque na assimetria dos juízos avaliativos (duplo padrão/dupla moralidade) e processos de atribuição de causas aos comportamentos de infidelidade dos homens e das mulheres. A análise das diferenças entre os sexos foi orientada segundo a hipótese da dominância simbólica do género masculino. Os dados indicam que a masculinidade está simbolicamente comprometida com todas as condições de classe, em especial nos grupos com menores recursos onde as dimensões mais estereotipadas sobre a sexualidade feminina e masculina surgem de forma mais notória. Em todos os contextos analisados, as representações sobre o casal e a infidelidade estão intimamente relacionadas com os conteúdos simbólicos associados à categoria sexual masculina. Os resultados mostram que apenas as mulheres mais qualificadas e com capital escolar elevado conseguem contribuir significativamente para a configuração das representações típicas do seu grupo de pertença, em termos de classe social, salientando, neste caso, as dimensões relacionais e emotivas específicas das mulheres. De uma maneira geral, as mulheres representam e avaliam a infidelidade de forma reactiva, e em termos de sentimentos negativos, enquanto os homens a valorizam mais positivamente, e de forma afirmativa, salientando a dimensão erótica das relações extraconjugais. Conclui-se pela necessidade de articulação dos conceitos de género e classe social, isto é, para a necessidade de considerar o efeito acumulado das representações associadas a diferentes contextos de diferenciação social e de construção da identidade pessoal. ER -