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Alvares, Maria (2016). E quando a pesquisa procura o sentido?. Desafios de Investigação.
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M. E. Alvares,  "E quando a pesquisa procura o sentido?", in Desafios de Investigação, Lisboa, 2016
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TY  - GEN
TI  - E quando a pesquisa procura o sentido?
T2  - Desafios de Investigação
AU  - Alvares, Maria
PY  - 2016
CY  - Lisboa
UR  - https://ciencia.iscte-iul.pt/publications/e-quando-a-pesquisa-procura-o-sentido/31728?lang=en
AB  - A problemática apresentada nesta comunicação enquadra-se num projeto de investigação de Doutoramento em políticas públicas, que tem como objetivo descrever e explicar a mudança nas políticas educativas nacionais. Mais especificamente, focando as políticas de promoção da igualdade de oportunidades na escola, a análise visa caracterizar a evolução destas políticas no plano ideológico - tendo por base os debates da assembleia da república com referências a estes temas - e no plano operativo, analisando a evolução das políticas públicas e dos resultados alcançados relativos a estes princípios.
Centrar a análise da mudança no tema das políticas de promoção da igualdade de oportunidades e equidade escolar significa ter de lidar com a polissemia conceptual em torno destas expressões. O modo como estas palavras são interpretadas, o significado que possuem e que veiculam é variável e discutível segundo tempos históricos, localizações geográficas, posicionamentos sociais e/ políticos. As características do objeto de pesquisa tornam as ideias, as narrativas e os discursos em elementos centrais da investigação, o que implica construção de uma estratégia metodológica que permita integrar esses elementos.
As regras do pensamento científico dedutivo  – e da economia de esforço - instam a avançar para a pesquisa empírica munidos de conceitos teoricamente alicerçados e discutidos, já materializados em indicadores e variáveis. No presente caso, significaria discutir um conceito de igualdade e equidade escolares, defini-lo, deduzindo-o em medidas de política (indicadores) e analisar a sua variação de acordo com parâmetros definidos (e.g. adoção das políticas selecionadas em diferentes períodos políticos, por diferentes partidos, etc.). Se o trabalho teórico de desagregação do conceito em medidas de política fosse bem realizado, poder-se-ia então tirar conclusões acerca da relevância atribuída a esses princípios. Esta estratégia, contudo, representaria um risco de fechamento do campo e redução da ambição da pesquisa e poderia sugerir uma visão maniqueísta das oposições político-ideológicas. O caminho escolhido foi outro.
Admitir que as ideias são relevantes na explicação da evolução das políticas públicas não representa, objetivamente, nada de novo. O método compreensivo e as abordagens interpretativas, desde o construtivismo ao realismo crítico, são hoje uma tradição de pesquisa sólida e que não necessita de surgir enquadrada por complexas meta-reflexões. Mas não sendo um campo novo e abstendo-nos de discutir prolongadamente questões ontológicas, a mais recente tradição de estudos centrados na análise paradigmática que consideram os discursos e as narrativas de política enquanto campos de produção de sentido, não deixando de fora a análise da ação política, dos atores envolvidos e do contexto de tomada de decisão, torna potencialmente interessante para esta comunicação uma reflexão acerca das implicações metodológicas envolvidas na montagem de um esquema de investigação deste tipo. 

ER  -