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Bessa, F. (2015). Oficiais da Guarda Nacional Republicana - uma análise sociológica. Porto. Fronteira do Caos.
F. J. Bessa, Oficiais da Guarda Nacional Republicana - uma análise sociológica, 2015 ed., Porto, Fronteira do Caos, 2015
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TY - BOOK TI - Oficiais da Guarda Nacional Republicana - uma análise sociológica AU - Bessa, F. PY - 2015 CY - Porto AB - A concretização do presente trabalho de investigação teve como objectivo central a produção de um conjunto de novos conhecimentos teóricos e substantivos sobre os oficiais da Guarda Nacional Republicana (GNR) e sobre os alunos que frequentam as escolas de formação das Forças de Segurança europeias tipo gendarmerie. Procura identificar, sempre em ligação com o trajecto histórico da GNR, as várias modalidades de acesso ao quadro permanente de oficiais para depois se efectuar uma caracterização sociográfica destes mesmos oficiais, para se conhecer a sua origem social, as suas orientações profissionais, as suas ligações ao meio militar e policial, as suas expectativas e as suas representações sobre a instituição e sobre a sua vida para além dos muros dos quartéis. Esta investigação é alargada aos jovens que frequentam os cursos de oficiais na GNR, na Gendarmerie Nationale francesa, na Marechaussee holandesa e na Guardia Civil em relação às mesmas variáveis. Aborda-se o uso da força pelo Estado, a necessidade de criação das Forças de Segurança, o conceito de polícia, discute-se a polícia como profissão ou ocupação, discutem-se as dificuldades que se apresentam ao estudo da polícia e utiliza-se o modelo de Charles Moskos para averiguar as orientações profissionais dos oficiais e dos alunos, bem como a existência de uma cultura diferenciada. A estratégia metodológica definida é de carácter quantitativo com recurso ao inquérito por questionário desenvolvido para aprofundar os conhecimentos sobre os oficiais da GNR e os sobre jovens, futuros oficiais, desta Força de Segurança e das restantes forças europeias tipo gendarmerie que se encontram em formação. Com a realização da presente investigação, verificou-se que o estudo da polícia é muito recente, anos 60 do Séc. XX, que tem esbarrado em vários obstáculos e que em Portugal o seu estudo é ainda mais recente. Sobre os oficiais da GNR concluiu-se que os mesmos acederam ao quadro permanente através de quatro modalidades de acesso distintas. São oriundos de todas as classes sociais, mas existe diferenciação em relação à modalidade de acesso. A maioria dos oficiais não tem familiares ligados às Forças de Segurança e às Forças Armadas e as razões que mais os motivaram a concorrer à GNR são de carácter institucional, bem como as suas orientações profissionais. Consideram-na uma força essencial para a defesa dos direitos dos cidadãos com uma identidade única que deve ser mantida. O que lhe provoca mais satisfação no quotidiano laboral são o desempenho de diferentes funções e a autonomia no desempenho das mesmas. São unânimes em concordar com a participação da GNR em missões internacionais e têm como principais expectativas ascender numa carreira profissional, pertencer a uma instituição secular e socialmente prestigiada e concretizar um sonho. Referem que gostam de aprender coisas novas, de preparar e planear o futuro e que se sentem realizados com o que fazem no dia-a-dia. São cidadãos optimistas, positivos e a sua vida aproxima-se daquilo que realmente desejam não se considerando, em momento algum, uns falhados. Em relação aos alunos das várias Forças de Segurança tipo gendarmerie, verificou-se que a maioria dos que foram admitidos são homens, mas as mulheres já apresentam percentagens que se podem considerar relevantes para a profissão em causa. A família assume-se como um factor influenciador na decisão de concorrer às Forças de Segurança e esta influência é mais importante quando existem familiares militares ou polícias. Apesar de não considerarem as Forças de Segurança uma opção aliciante, discordam que o trabalho no seio das mesmas seja rotineiro e que os filhos dos polícias ou militares sejam os mais aptos para servir nas mesmas. A origem social dos alunos é diferenciada em função do país de origem e o que mais os motivou a concorrer foi a possibilidade de desempenharem uma função para a qual têm vocação, as suas orientações profissionais são de carácter institucional e têm como expectativa ascender numa carreira profissional. Adoram aprender coisas novas, de planear o futuro e estão satisfeitos com a família, com os amigos e com o trabalho, o que lhes permite serem optimistas e positivos. Com o estudo verificou-se que, apesar das diferenças temporais, há mais pontos de convergência do que divergência entre os dois universos em estudo. ER -