Exportar Publicação

A publicação pode ser exportada nos seguintes formatos: referência da APA (American Psychological Association), referência do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), BibTeX e RIS.

Exportar Referência (APA)
Marques Alves, P. (2016). Da exclusão à sub-representação – dois séculos de relações difíceis entre sindicatos e mulheres. Colóquio Internacional Mulheres, Resistências Quotidianas, Clandestinidade e Luta Armada.
Exportar Referência (IEEE)
P. J. Alves,  "Da exclusão à sub-representação – dois séculos de relações difíceis entre sindicatos e mulheres", in Colóquio Internacional Mulheres, Resistências Quotidianas, Clandestinidade e Luta Armada, Lisboa, 2016
Exportar BibTeX
@misc{alves2016_1766937161188,
	author = "Marques Alves, P.",
	title = "Da exclusão à sub-representação – dois séculos de relações difíceis entre sindicatos e mulheres",
	year = "2016",
	howpublished = "Outro",
	url = ""
}
Exportar RIS
TY  - CPAPER
TI  - Da exclusão à sub-representação – dois séculos de relações difíceis entre sindicatos e mulheres
T2  - Colóquio Internacional Mulheres, Resistências Quotidianas, Clandestinidade e Luta Armada
AU  - Marques Alves, P.
PY  - 2016
CY  - Lisboa
AB  - O sindicalismo nasceu andro-centrado e revelando uma atitude sexista em relação ao papel da mulher na sociedade, em particular no referente à sua inserção no mercado de trabalho e nos sindicatos. Segundo Pasture (1997), isso deveu-se a uma contaminação do movimento operário pela cultura burguesa e respetiva representação da sociedade e dos papéis que nela deveriam ser desempenhados por homens e mulheres.
Esta atitude em breve se tornou dominante, ao ser transversal a correntes sindicais tão díspares quanto as influenciadas por Proudhon, pelo catolicismo ou pelo reformismo, a ela só tendo escapado a corrente de filiação marxista que, fundando-se nos princípios da igualdade e da emancipação, defendeu sempre o direito das mulheres ao trabalho assalariado, ao mesmo tempo que sustentava que este não era um grupo homogéneo, existindo no seu seio interesses diferenciados.
Ao tornar-se dominante, a atitude sexista acabou por orientar durante um longo período as estratégias sindicais face às mulheres. Com base nela visou-se excluí-las ou segregá-las no mercado de trabalho ou, quanto muito, aceitava-se o trabalho feminino como transitório enquanto se tentava confiná-lo a determinados ramos de atividade com salários mais baixos. 
Se bem que no Reino Unido, no início da industrialização e da organização dos trabalhadores se tivessem constituído associações mistas, os atos de discriminação acabaram por levar as mulheres a formar sindicatos próprios. É o que Briskin (1998) designa por “estratégia de separatismo”, significando uma recusa em trabalhar com os homens com a consequente constituição de organizações próprias. Vários sindicatos femininos surgiram então no Reino Unido, permanecendo ativos até à Iª Guerra Mundial ou mesmo depois. Organizações exclusivamente femininas foram igualmente constituídas em Portugal, em França, quer na CGT sindicalista-revolucionária, ainda que de curta duração, quer na católica CFTC, tendo estas perdurado até à ocupação nazi. Outras experiências mantiveram-se até muito recentemente, como sucedeu com o KAD dinamarquês, fundado em 1901 e que só foi extinto em 2004. 
Nos últimos decénios, o crescimento em números absolutos e relativos das mulheres nos efetivos sindicais não se traduziu num crescimento correspondente no número de mulheres nos lugares de decisão, com os sindicatos a providenciarem muito raramente uma sua representação adequada (Cook et al., 1992; Curtin, 1997; Garcia, 1993, 1999; Garcia et al., 2003; Trebilcock, 1991).
Para Le Quentrec et al., (1999), esta é uma situação socialmente construída, enquanto para Healy e Kirton a explicação reside nos sindicatos, que constituirão “oligarquias masculinas” (Healy e Kirton, 2000). Por seu lado, Chaison e Andiappan (1987) sustentam que foi a divisão sexual do trabalho que conduziu a uma segregação que restringiu a visibilidade e a influência das mulheres no movimento sindical. 
Esta comunicação tem por objetivo contribuir para o estudo desta temática. Na sua base encontra-se uma análise documental das fichas biográficas das equipas dirigentes dos sindicatos portugueses, que incidiu nas organizações onde se registaram eleições nos últimos três anos. Seguidamente, compararam-se os resultados com o que sucedia dez anos antes. Conclui-se que apesar dos avanços verificados, a sub-representação se mantém, nomeadamente nas organizações que representam trabalhadores de profissões altamente feminizadas.
ER  -