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Teixeira, L. & Carapinheiro, G. (2016). Unidade de Saúde Familiar: produzir vantagens, gerar desvantagens. VII Congresso Iberoamericano de Investigação Qualitativa em Saúde.
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M. L. Teixeira and G. Carapinheiro,  "Unidade de Saúde Familiar: produzir vantagens, gerar desvantagens", in VII Congr.o Iberoamericano de Investigação Qualitativa em Saúde, Barcelona, 2016
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TY  - CPAPER
TI  - Unidade de Saúde Familiar: produzir vantagens, gerar desvantagens
T2  - VII Congresso Iberoamericano de Investigação Qualitativa em Saúde
AU  - Teixeira, L.
AU  - Carapinheiro, G.
PY  - 2016
CY  - Barcelona
AB  - INTRODUÇÃO: As Unidades de Saúde Familiar (USF) são novas entidades organizativas de prestação de cuidados de medicina familiar. Começaram a ser criadas em 2006, na sequência da reestruturação dos cuidados primários e representam um novo modelo de organização do trabalho, baseado na gestão empresarial. A este novo modelo o discurso político associa um conjunto de vantagens para o cidadão, nomeadamente maior acessibilidade, maior proximidade com os profissionais e mais e melhor monitorização da saúde. No entanto, a racionalização do trabalho e dos meios para o realizar e a avaliação de desempenho através de um exigente sistema de registo de indicadores origina outros efeitos que importa analisar, para perceber se se circunscrevem apenas à adequabilidade das formas de gestão à tipologia de cuidados, ou se não estará a ser gerada uma outra ordem de efeitos, para doentes e profissionais.
OBJETIVOS: Identificar vantagens e desvantagens associadas à USF; perceber as implicações diretas e indiretas da gestão empresarial nas práticas profissionais e na prestação dos cuidados.
MÉTODO: metodologia qualitativa com base na observação participante e em entrevistas semiestruturadas realizadas a profissionais.
RESULTADOS: Na USF há um aumento dos cuidados prestados, traduzidos em mais atos terapêuticos – vantagem de produtividade – contudo, reduzindo e alterando a comunicação com o doente – desvantagem social. O médico/enfermeiro descentra a atenção sobre o doente e o seu discurso, para dar primazia ao corpo funcional - exigência imposta pelo sistema de contratualização. As práticas profissionais transformam-se sob o primado economicista, levando o médico/enfermeiro a focar-se primordialmente no nível de desempenho para garantir os incentivos remuneratórios associados à USF. 
DISCUSSÃO: A aplicação da gestão empresarial às unidades de saúde, em particular nesta área, origina um conjunto de impactos nos cuidados, fragmentando-os, e deslocando a atenção do médico para o desempenho estritamente profissional, numa procura constante do cumprimento das metas preestabelecidas. As formas de regulação intensificam-se e tendem a reduzir a autonomia profissional. Cabem aqui questões de interesse para o cidadão e de discussão urgente para os decisores, que enquadrem o binómio gestão racional versus medicina/enfermagem, dirigida ao doente e não apenas à doença; padronização dos cuidados versus a sua individualização/contextualização. 
CONCLUSÃO: Se aparentemente o modelo USF parece gerar apenas vantagens, quer para doentes e profissionais, na verdade, para uns e para outros, as desvantagens parecem pesar mais. Traduzem-se em novas formas de desigualdade para os cidadãos no acesso à saúde e novos reposicionamentos profissionais que não conseguem alterar a sua posição de marginalidade no sistema de saúde. 

ER  -