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Matias, A. (2014). O lugar das línguas imigrantes não-europeias enquanto objecto na sociologia das migrações internacionais. In APS (Ed.), Atas do VIII Congresso Português de Sociologia: 40 anos de democracia(s): progressos, contradições e prospetivas. Évora: APS.
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A. R. Matias,  "O lugar das línguas imigrantes não-europeias enquanto objecto na sociologia das migrações internacionais", in Atas do VIII Congr.o Português de Sociologia: 40 anos de democracia(s): progressos, contradições e prospetivas, APS, Ed., Évora, APS, 2014, vol. 1
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TY  - CPAPER
TI  - O lugar das línguas imigrantes não-europeias enquanto objecto na sociologia das migrações internacionais
T2  - Atas do VIII Congresso Português de Sociologia: 40 anos de democracia(s): progressos, contradições e prospetivas
VL  - 1
AU  - Matias, A.
PY  - 2014
CY  - Évora
UR  - http://www.aps.pt/viii_congresso/VIII_ACTAS/VIII_COM0208.pdf
AB  - Uma das recentes áreas de estudo em migrações internacionais na Europa tem sido o crescente peso
demográfico de populações de línguas ditas imigrantes não-europeias. Sendo uma realidade do final da
Segunda Guerra Mundial e da diversidade de  fenómenos migratórios de massa desde aí emergentes -- com consequências demográficas na composição da população na Europa Ocidental -- a visibilidade da sua
diversidade linguística emerge essencialmente nos finais dos anos 1990. No entanto, não raras vezes esta
visibilidade tem sido remetida para uma questão cultural vazia de implicações políticas determinantes que lhe confere uma importante invisibilidade-- porque tomada enquanto fenómeno provisório face a uma
assimilação linguística esperada.
É objectivo desta apresentação tentar desconstruir a relação de contrários intrínseca nesta (in)visibilidade:
por um lado, a necessidade de aquisição da língua dominante do país de residência; por outro lado, o
questionamento sobre a importância da transmissão e aquisição dos reportórios linguísticos ditos de origem
imigrante na aquisição de novos reportórios. Mais, esta polarização tende a ser dominante na forma como as
medidas de política linguística e de integração são concebidas, aplicadas e avaliadas, revelando alguma
ausência de consonância entre os projectos políticos existentes e os processos e tempos de aprendizagem e
de aquisição de línguas.
É meu objectivo discutir a necessidade de aprofundar o impacto sociológico de tal polarização, partindo de
três pontos de análise. Primeiro, analisando como a imagem oficial da maioria dos países da Europa
Ocidental revela uma representação da sociedade que desencoraja um conhecimento mais aprofundado da
diversidade sociolinguística existente (Exta and Gorter, 2001; Gogolin, 2002). Segundo, discutindo a forma
como os Estados liberais têm progressivamente reconhecido um crescente pluralismo cultural concedendo, no entanto, menor espaço à diversidade linguística (Joppkes and Morawska, 2002). Finalmente, realçando a necessidade de cruzamentos interdisciplinares para aprofundar o estudo das consequências linguísticas dos fenómenos migratórios, particularmente na sociologia.
ER  -