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Graça Joaquim (2016). Turismos, mobilidades, experiências e desdiferenciação. Notas para reflexão. Congresso Associação Portuguesa de Sociologia.
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M. D. Joaquim,  "Turismos, mobilidades, experiências e desdiferenciação. Notas para reflexão", in Congr.o Associação Portuguesa de Sociologia, Faro, 2016
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TY  - CPAPER
TI  - Turismos, mobilidades, experiências e desdiferenciação. Notas para reflexão
T2  - Congresso Associação Portuguesa de Sociologia
AU  - Graça Joaquim
PY  - 2016
CY  - Faro
UR  - http://www.aps.pt
AB  - A presente comunicação tem como objectivo reflectir sobre as profundas transformações do turismo nas últimas décadas e partindo do actual estado da arte, questionar a natureza do turismo contemporâneo que se encontra cada vez mais imbrincado nas esferas do trabalho,das migrações, das relações sociais, das múltiplas mobilidades. A título de exemplo veja-se o caso do turismo VFR (visit friends and relatives), que as estimativas mais conservadores apontam para que represente`, actualmente, pelo menos metade de todos os fluxos turísticos internacionais, secundarizando os destinos e fazendo das migrações um dos grandes produtores de fluxos turísticos à escala global. Por outro lado as fronteiras entre o turismo e o trabalho apresentam-se cada vez mais difíceis de discernir, não só pelo crescimento exponencial do turismo de negócios, mas de outras formas de turismo como o turismo voluntário, onde o trabalho está presente. Afinal de que falamos quando falamos de turismo? O crescimento exponencial do turismo não corresponderá antes às lógicas de classificação da Organização Mundial de Turismo, onde praticamente todas as mobilidades são classificadas como fluxos turísticos independentemente da sua natureza? O turismo encontra-se hoje no cerne da vida de todos os dias. No trabalho, no reforço das relações sociais através do turismo VFR, nos processos de autodescoberta, reescrição das biografias pessoais, na relação com o Eu e com o Outro. Ou Outros. Marcada fortemente pelas dimensões da pluralidade, da subjectividade e da desdiferenciação, a experiência turística parece hoje cumprir múltiplos e nalguns casos assaz contraditórios papéis na vida dos actores sociais.Estamos por isso cada vez mais longe da perspectiva do turismo como reprodutor da força de trabalho. Em sociedades cada vez mais mercadorizadas, o turismo quase que aparenta ser a nova "religião" deste século. Viaja-se ( e trabalha-se) no contexto do gap year e do turismo voluntário para adquirir capital cultural, melhorar o CV, entrar nas melhores universidades, disputar os melhores empregos. Muitas formas de turismo são hoje assumidas como promotoras de cosmopolitismo e de comepetências pessoais e profissionais. Viaja-se ainda nos chamados "momentos decisivos", seja para tomar decisões profissionais, recuperar de tragédias pessoais, o que aliás se pode constatar no aumento significativo de estudos nos últimos anos sobre o papel das emoções e do sofrimento no turismo. Viajamos para nos testarmos, para nos colocarmos à prova, para nos superarmos. E para nos inspirarmos. Veja-se o crescimento incrível do turismo criativo na última década, quando o primeiro plano de turismo criativo data de 1998, em Londres. Estas são reflexões a serem partilhadas e ilustradas com a profusão extraordinária de investigação na última década e meia.
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