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Santos, M. (2016). Submissão ou emancipação? «Tensão superficial» feminino-masculino na medicalização e desmedicalização do parto. CES Gender Workshops Series.
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M. J. Santos,  "Submissão ou emancipação? «Tensão superficial» feminino-masculino na medicalização e desmedicalização do parto", in CES Gender Workshops Series, Coimbra, 2016
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TY  - CPAPER
TI  - Submissão ou emancipação? «Tensão superficial» feminino-masculino na medicalização e desmedicalização do parto
T2  - CES Gender Workshops Series
AU  - Santos, M.
PY  - 2016
CY  - Coimbra
UR  - http://www.ces.uc.pt/eventos/index.php?id=13507&id_lingua=1
AB  - Os cuidados de saúde contemporâneos no parto, predominantemente médicos e hospitalares, podem ser vistos como exemplo do patriarcado hegemónico e da medicalização do corpo e da saúde da mulher. A partir da segunda metade do século XIX, o parto – que se inscrevia no campo feminino do cuidar, num gineceu, onde o género se impunha como condição de acesso – foi transferido para a jurisdição médica, maioritariamente masculina. As “curiosas” e as parteiras tradicionais, com um saber eminentemente prático, foram perdendo legitimidade. As principais críticas à medicalização surgiram com maior expressão na última metade do século XX, denunciando a perda de poder e de protagonismo da mulher na maternidade e explorando alternativas.

Pretende aprofundar-se o debate com base numa pesquisa, em curso, sobre os saberes e poderes em circulação no parto domiciliar em Portugal. Se em casa pode dizer-se que não parece ser apenas o género, mas principalmente as relações baseadas na confiança que determinam o acesso ao espaço íntimo do parto; por outro lado, emerge uma valorização do papel da mulher e da sua autodeterminação, e uma recuperação do ideal de irmandade feminina mediada por atores emergentes, como as doulas. Algumas destas dinâmicas podem ser interpretadas como reflexo de uma visão essencialista da mulher, remetendo-a para a imprescindibilidade do desempenho das suas funções biológicas reprodutivas, mas parece ser relevante analisá-las enquanto exemplo da rejeição dos referenciais de pericialidade masculina. Paradoxalmente, os peritos de maior destaque nacional e internacional no cenário da humanização do parto são homens. Estas interações feminino-masculino, que envolvem e dão forma às dinâmicas de medicalização e desmedicalização do parto, configuram mecanismos discretos de dominação e emancipação que se propõe debater.
ER  -