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Marques Alves, P. & Botelho, M.C. (2017). Da exclusão à sub-representação - dois séculos de relações difíceis entre sindicatos e mulheres. XXIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Estatística.
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P. J. Alves and M. D. Botelho,  "Da exclusão à sub-representação - dois séculos de relações difíceis entre sindicatos e mulheres", in XXIII Congr.o da Sociedade Portuguesa de Estatística, Lisboa, 2017
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TY  - CPAPER
TI  - Da exclusão à sub-representação - dois séculos de relações difíceis entre sindicatos e mulheres
T2  - XXIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Estatística
AU  - Marques Alves, P.
AU  - Botelho, M.C.
PY  - 2017
CY  - Lisboa
UR  - http://spe2017.iscte-iul.pt/
AB  - O sindicalismo nasceu andro-centrado e revelando uma atitude
sexista em relação ao papel da mulher na sociedade, em particular no atinente
à sua inserção no mercado de trabalho e nos sindicatos. Segundo Pasture
(1997), isso deveu-se a uma contaminação do movimento operário pela cultura burguesa e respetiva representação da sociedade e dos papéis que nela deveriam ser desempenhados por homens e mulheres.
Esta atitude em breve se tornou dominante, ao ser transversal a correntes
sindicais tão díspares quanto as inuenciadas por Proudhon, pelo catolicismo
ou pelos esposos Webb, a ela só tendo escapado a corrente de filiação marxista que, fundando-se nos princípios da igualdade e da emancipação, defendeu sempre o direito das mulheres ao trabalho assalariado, ao mesmo tempo que sustentava que este não era um grupo homogéneo, existindo no seu seio interesses diferenciados.
Ao tornar-se dominante, a atitude sexista acabou por orientar durante um
longo período as estratégias sindicais face às mulheres. Com base nela visou-se excluí-las ou segregá-las no mercado de trabalho. Quanto muito, aceitava-se o trabalho feminino como transitório enquanto se tentava confiná-lo a determinados ramos de atividade com salários mais baixos. Se bem que no Reino Unido se tivessem constituído associações mistas no início da industrialização e da organização dos trabalhadores, os atos de discriminação acabaram por levar as mulheres a formar sindicatos próprios. É o que Briskin (1998) designa por "estratégia de separatismo", significando uma recusa em trabalhar com os homens com a consequente constituição de organizações próprias.
Vários sindicatos femininos surgiram então no Reino Unido, permanecendo
ativos até à Iª Guerra Mundial ou mesmo depois. Organizações exclusivamente femininas foram igualmente constituídas em Portugal, em França, quer na CGT sindicalista-revolucionária, ainda que de curta duração, quer na católica CFTC, tendo estas perdurado até à ocupação nazi. Outras experiências mantiveram-se até muito recentemente, como sucedeu com o KAD dinamarquês, fundado em 1901 e que só foi extinto em 2004.
Nos últimos decénios, o crescimento em números absolutos e relativos das mulheres nos efetivos sindicais não se traduziu num crescimento correspondente no número de mulheres nos lugares de decisão, com os sindicatos a providenciarem muito raramente uma sua representação adequada (Cook et al., 1992; Curtin, 1997; Garcia, 1993, 1999; Garcia et al., 2003; Trebilcock, 1991).
Para Le Quentrec et al., (1999), esta é uma situação socialmente construída,
enquanto para Healy e Kirton a explicação reside nos sindicatos, que constituiram "oligarquias masculinas" (Healy e Kirton, 2000). Por seu lado, Chaison e Andiappan (1987) sustentam que foi a divisão sexual do trabalho que conduziu a uma segregação que restringiu a visibilidade e a influência das
mulheres no movimento sindical.
Esta comunicação tem por objetivo contribuir para o estudo desta temática.
Na sua base encontra-se uma análise documental das fichas biográficas das
equipas dirigentes dos sindicatos portugueses, que incidiu nas organizações
onde se registaram eleições nos últimos cinco anos. Construiu-se uma base
de dados com os indicadores recolhidos. Analisaram-se e representaram-se
os sindicatos de acordo com a participação feminina, em função do ramo de
pertença, com recurso a visualização por quadrantes. Seguidamente, compararam-se os resultados com o que sucedia dez anos antes. Conclui-se que apesar dos avanços verificados, a sub-representação se mantém, nomeadamente nas organizações que representam trabalhadores de profissões altamente feminizadas.
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