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Dores, A. (2017). A face e a consciência da discriminação. O Intérprete de Língua Gestual Portuguesa no Contexto .
A. P. Dores, "A face e a consciência da discriminação", in O Intérprete de Língua Gestual Portuguesa no Contexto , Porto, 2017
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TY - CPAPER TI - A face e a consciência da discriminação T2 - O Intérprete de Língua Gestual Portuguesa no Contexto AU - Dores, A. PY - 2017 CY - Porto AB - A expressão facial dos discriminados revela e denun cia, ou não, que estão a ser mal-tratados? Quando uma mulher, ou um preso, diz que caiu da esc ada para explicar um olho negro, que credibilidade e atenção merece dos vizinhos, dos am igos, das autoridades e da sociedade? O que se esconde por de trás de explicações tão ester eotipadas? Como é possível esconder as causas daquilo que está e ficará visível na face po r uns dias, à vista de todos? A face, o primeiro cartão de visita de uma pessoa, é objecto privilegiado de cosméticas – no sentido de tornar aprazível o caos da vida de cada um. Desde pó de arroz ou creme para a face até escanhoar a barba ou intervenções cirúrgicas. P arte dessa cosmética é social: as pessoas esforçam-se por e conseguem não ver aquilo que está à vista. De tal modo que mesmo que queiram ver ou lhes chamem a atenção para o que est ão a ver, dificilmente se rompe com a invisibilidade das discriminações (por exemplo, con tra os sem abrigo, dispensados de usufruírem do direito à habitação). Por educação, p or ignorância, por repugnância, por alheamento, por falta de responsabilidade, desde qu e não lhes olhemos a face, é fácil ignorá- los. Na face se mostram a história pessoal e as intençõe s de cada um. Ao mesmo tempo, que se escondem ou exageram certos traços, para produzir e feitos de poder e/ou de escamoteamento. Observar com alguma atenção a face de outrém, face-a-face, torna a discriminação mais evidente. Mesmo que não haja nad a a fazer. ER -