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Raposo, H. (2010). Consumos terapêuticos, percepção e gestão do risco. In Medicamentos e Pluralismo Terapêutico: Práticas e lógicas sociais em mudança. (pp. 159-222). Porto: Edições Afrontamento.
H. A. Raposo, "Consumos terapêuticos, percepção e gestão do risco", in Medicamentos e Pluralismo Terapêutico: Práticas e lógicas sociais em mudança, Porto, Edições Afrontamento, 2010, vol. 78, pp. 159-222
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TY - CHAP TI - Consumos terapêuticos, percepção e gestão do risco T2 - Medicamentos e Pluralismo Terapêutico: Práticas e lógicas sociais em mudança VL - 78 AU - Raposo, H. PY - 2010 SP - 159-222 CY - Porto UR - http://www.edicoesafrontamento.pt/sociologia--epistemologia.html AB - Pretende-se neste capítulo proceder à exploração analítica da dimensão do risco - na perspectiva da sua contextualidade social -, designadamente através da interpretação dos modos como a sua percepção se molda e como é, simultaneamente, constitutiva dos critérios e lógicas de escolha, avaliação e relacionamento dos indivíduos no que concerne à extensa plêiade de recursos terapêuticos que têm vindo a assumir crescente protagonismo no contexto dos universos leigos de saúde, concretamente aqueles que são objecto da presente investigação (medicamentos químicos, medicamentos naturais e alimentos terapêuticos). Nesse sentido, procuram-se pôr em evidência as dinâmicas e os processos sociais que têm propiciado a expansão e sedimentação das ideias e das preocupações relativamente ao risco, até porque as avaliações e decisões leigas em termos da utilização dos distintos recursos terapêuticos encontram-se cada vez mais vinculadas - de uma forma complexa, heterogénea e intrincada - à ideia de que tudo pode estar sujeito a risco. O que se pretende, então, discutir é, por um lado, o advento de um discurso que inscreve transversalmente o risco no espaço público, através da maior robustez persuasiva da “evidência” científica de base epidemiológica que vai autorizando o desenvolvimento de formas mais precoces, amplas e sofisticadas de prevenção, e, por outro, o modo como essa centralidade do risco é incorporada e (re)investida de múltiplos sentidos que, de uma forma contextual, vão dando origem a modos diferenciados de moldar as percepções e as estratégias de gestão dos vários recursos terapêuticos para, justamente, lidar com o risco. Ou seja, para lidar, evitar e tentar controlar não só os riscos que podem conduzir à doença, mas também, os riscos dos recursos terapêuticos que são mobilizados para esses investimentos e formas de gestão da saúde e da doença. Assim, e com o objectivo de descodificar a dimensão empírica desta linha de problematização, a análise que neste capítulo se empreende estrutura-se, primeiramente, em torno dos dados extensivos relativamente à expressão quantitativa e panorâmica das linhas de tendência face às experiências, percepções e posicionamentos leigos face ao risco dos consumos terapêuticos, para de seguida se deter, privilegiadamente, na análise interpretativa das lógicas de racionalidade leiga que decorrem das narrativas dos indivíduos em contexto de entrevista. Tal significa que se procede à discussão das lógicas concretas que são intrínsecas às racionalidades leigas, para desse modo se tentar captar e tornar inteligíveis as processualidades que vão organizando e dando expressão social (e sociológica) à reconfiguração das práticas leigas em matéria de opções de consumo terapêutico. ER -