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Larcher Carvalho, A. (2017). Os impactos da cooperação internacional: paz ou turbulências? . GOBERNANZA, CONFLITOS E SEGURIDADE.
A. C. Carvalho, "Os impactos da cooperação internacional: paz ou turbulências? ", in GOBERNANZA, CONFLITOS E SEGURIDADE, La Coruna, 2017
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TY - CPAPER TI - Os impactos da cooperação internacional: paz ou turbulências? T2 - GOBERNANZA, CONFLITOS E SEGURIDADE AU - Larcher Carvalho, A. PY - 2017 CY - La Coruna UR - http://www.cooperacionexpandida.org/ AB - Pode-se dizer que os esforços da cooperação em Africa falharam em grande medida, não trazendo as mudanças que preconizavam. Além disso, há o risco de que essas intervenções, que acontecem cada vez mais em contextos de instabilidade e de rápidas mudanças, possam ter efeitos contrários ao esperado e incentivarem dinâmicas de instabilidade, violência e colapso em vez das transformações positivas esperadas. Na reflexão sobre cooperação, há questões fundamentais que foram muitas vezes evitadas: será que africa estaria pior se não tivesse havido cooperação? Até que ponto é que a cooperação contribuiu para o colapso destas sociedades? Como é que os interesses das organizações da cooperação influenciam as intervenções? A economia dissipativa é um conceito que nos permite responder a algumas destas perguntas: é definido como um tipo de economia em que recursos externos de sistemas de elevada energia são injectados em sociedade de baixa energia. Formam-se então estruturas dissipativas da energia: o conjunto das organizações e das intervenções da cooperação. São estruturas que produzem a sua própria realidade que ignora as sociedades que é suposto desenvolver e os seus impactos acumulados tem efeitos negativos e existem só para se reproduzir. A injecção de recursos externos nas economias reforçou a convicção das elites políticas e das sociedades agrárias que os recursos externos são ilimitados, enfraquecendo assim o estabelecimento de estruturas produtivas. A fragmentação é também causada a nível de sub-sistemas tais como a segurança destabilizando as sociedades. Um dos exemplos em que podemos analisar estes efeitos diz respeito às intervenções no sector da segurança com vista a construção da paz. Antes de mais, a interferência em áreas ligadas à soberania do estado é extremamente sensível: é vista pelas lideranças militares como uma ameaça aos seu poder. Ora isto não é normalmente tido em conta nos projectos, podendo agravar as dinâmicas de conflito. A intervenção de múltiplos actores, com interesses próprios e visões diferentes e muitas vezes em competição uns com os outros, também é causa de tensões e pode reforçar a instabilidade no sector. Os fluxos financeiros da cooperação vão agudizar também as lutas internas pelo acesso a recursos. Finalmente, a imposição de modelos externos e a dependência externa inibe o desenvolvimento de soluções próprias. Desta análise queremos abrir espaço para discussão para formas diferentes de fazer cooperação tendo como base as seguintes ideias: o conhecimento e análise critica sobre a cooperação; a compreensão do contexto em que se interfere e das relações entre dinâmicas internas e globais; a adaptação dos projectos ao contexto; a complexidade dos processos de transformação social e a necessidade da análise dos impactos intencionais e não intencionais das intervenções. Finalmente, ver o processo de transformação social como um processo político e não técnico, liderado pelas próprias sociedades. ER -
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