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Marques Alves, P. & Botelho, M.C. (2017). Feminização do emprego e participação das mulheres nas direções dos sindicatos da administração pública. Woman XXI.
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P. J. Alves and M. D. Botelho,  "Feminização do emprego e participação das mulheres nas direções dos sindicatos da administração pública", in Woman XXI, Porto, 2017
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TY  - CPAPER
TI  - Feminização do emprego e participação das mulheres nas direções dos sindicatos da administração pública
T2  - Woman XXI
AU  - Marques Alves, P.
AU  - Botelho, M.C.
PY  - 2017
CY  - Porto
AB  - O sindicalismo nasceu andro-centrado e revelando uma atitude sexista em relação ao papel da mulher na sociedade, em particular no que concerne à sua inserção no mercado de trabalho e nos sindicatos. Segundo Pasture (1997), isso deveu-se a uma contaminação do movimento operário pela cultura burguesa e correspondente representação da sociedade e dos papéis que nela deveriam ser desempenhados por homens e mulheres.
Esta atitude em breve se tornou dominante, ao ser transversal a correntes sindicais tão díspares quanto as influenciadas por Proudhon, pelo catolicismo ou pelos esposos Webb, a ela só tendo escapado a corrente de filiação marxista que, fundando-se nos princípios da igualdade e da emancipação, defendeu sempre o direito das mulheres ao trabalho assalariado, ao mesmo tempo que sustentava que este não era um grupo homogéneo, existindo no seu seio interesses diferenciados.
Ao tornar-se dominante, a atitude sexista acabou por orientar durante um longo período as estratégias sindicais face às mulheres. Se bem que no Reino Unido se tivessem constituído associações mistas no início da industrialização e da organização dos trabalhadores, os atos de discriminação acabaram por levar as mulheres a formar sindicatos próprios, designado por Briskin (1998) como “estratégia de separatismo”. Vários sindicatos femininos surgiram então no Reino Unido, permanecendo ativos até à Iª Guerra Mundial ou mesmo depois. Organizações exclusivamente femininas foram igualmente constituídas em Portugal, em França, quer na CGT sindicalista-revolucionária, quer na católica CFTC. Outras experiências mantiveram-se até muito recentemente, como o KAD dinamarquês, fundado em 1901 e só extinto em 2004.
Nos últimos decénios, o crescimento em números absolutos e relativos das mulheres nos efetivos sindicais não se traduziu num aumento correspondente no número de mulheres nos lugares de decisão, com os sindicatos a providenciarem muito raramente uma sua representação adequada (Cook et al., 1992; Curtin, 1999; Garcia, 2003; Trebilcock, 1991).
Para Le Quentrec et al., (1999), esta é uma situação socialmente construída, enquanto para Healy e Kirton (2000) a explicação reside nos sindicatos, que constituirão “oligarquias masculinas”. Chaison e Andiappan (1987) sustentam ainda que a divisão sexual do trabalho conduziu a uma segregação, restringindo a visibilidade e a influência das mulheres no movimento sindical.
Esta comunicação tem por objetivo contribuir para o estudo desta temática. Na sua base encontra-se uma análise documental das fichas biográficas das equipas dirigentes dos sindicatos portugueses, que incidiu nas organizações onde se registaram eleições nos últimos quatro anos (2013-2016). Construiu-se uma base de dados com os indicadores recolhidos. Analisaram-se e representaram-se os sindicatos de acordo com a participação feminina, em função do ramo de pertença. Seguidamente, compararam-se os resultados com o que sucedia dez anos antes. Conclui-se que apesar dos avanços verificados, a sub-representação se mantém, nomeadamente nas organizações que representam trabalhadores de profissões altamente feminizadas.
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